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Trabalhadores de fábricas ocupadas querem estatização para manter 1400 empregos

Fuentes: Imprensa Flasko

Dia 21 de junho, trabalhadores da Cipla/Interfibra (Joinville/SC), Flaskô (Sumaré/SP), Flakepet (Itapevi/SP) e Botões Diamantina (Curitiba/PR) partem em de suas cidades em direção à capital do país. A caravana com 200 trabalhadores das fábricas ocupadas leva na bagagem um «Apelo Urgente ao Presidente Lula». O documento é assinado por milhares de brasileiros que cobram a […]

Dia 21 de junho, trabalhadores da Cipla/Interfibra (Joinville/SC), Flaskô (Sumaré/SP), Flakepet (Itapevi/SP) e Botões Diamantina (Curitiba/PR) partem em de suas cidades em direção à capital do país. A caravana com 200 trabalhadores das fábricas ocupadas leva na bagagem um «Apelo Urgente ao Presidente Lula». O documento é assinado por milhares de brasileiros que cobram a garantia definitiva dos 1400 empregos e direitos ameaçados.

Em junho de 2003, uma delegação de 350 trabalhadores da Cipla/Interfibra esteve em audiência com o Presidente, munidos de 70 mil assinaturas na carta que pedia ao Governo que assumisse as empresas para salvar 1000 postos de trabalho. «Vamos fazer o que for preciso para salvar esses empregos», garantiu Lula, nomeando um grupo de trabalho com quatro Ministérios e o BNDES para estudar a viabilidade das empresas e propor uma alternativa. «Um ano se passou, o desemprego aumentou e outras fábricas foram ocupadas. Até agora, nenhuma proposta concreta foi apresentada para solucionar a questão», protesta Serge Goulart, Coordenador dos Conselhos das Fábricas Ocupadas.

Desde então, os trabalhadores tentam uma nova audiência com o Presidente. Dia 05 de maio, uma delegação das Fábricas Ocupadas teve uma reunião preliminar com o Ministro do Trabalho e Emprego. Ricardo Berzoini se comprometeu a encaminhar via BNDES, um plano de viabilidade econômica e reestruturação societária das empresas. Além de dialogar com o Tribunal Superior do Trabalho sobre as penhoras das contas bancárias, leilões de máquinas e equipamentos, e ameaças de prisão de dirigentes das Fábricas. Berzoini prometeu dar uma resposta em 10 dias, quando deveria ser marcada a audiência com Lula. Cansados de esperar, os trabalhadores vão a Brasília em busca de respostas. A idéia é acampar em frente ao Palácio até serem atendidos pelo Presidente.

Histórico das Fábricas Ocupadas

CIPLA E INTERFIBRA

Os 1000 trabalhadores das empresas CIPLA e INTERFIBRA de Joinville/SC encerraram uma greve de oito dias, que reivindicava pagamento dos salários atrasados, depósito nas contas do FGTS, além de outros direitos trabalhistas.

Depois de intensas negociações, entre os representantes dos trabalhadores e dos patrões, o comando administrativo e operacional da CIPLA e INTERFIBRA passa para as mãos dos trabalhadores. Os proprietários foram afastados da direção da empresa. Os trabalhadores elegeram os Conselheiros de Fábrica. O Conselho é formado por um representante de cada setor e turno de trabalho, com poder de discussão e deliberação. Todos podem expor e defender suas idéias de forma organizada e democrática. Uma comissão eleita levantou a dívida da empresa que chega a R$ 500 milhões, sendo 80% com o governo.

Mesmo com o apoio da comunidade, os trabalhadores vêm sofrendo pressões de muitos lados, inclusive da Justiça. Exemplo disso é a seqüência de leilões de máquinas que ocorrem desde que assumiram as empresas. As dívidas não foram feitas pelos trabalhadores e a venda de máquinas pode impedir a continuidade da produção e a manutenção dos 1000 empregos.

FLASKÔ

Dia 12 de junho de 2003, os 70 operários da Flaskô de Sumaré/SP, empresa do mesmo grupo da Cipla, decidem assumir o controle administrativo e operacional da empresa, e elegem um Conselho de Fábrica para dirigir o parque fabril.

Os trabalhadores de Sumaré viviam uma situação conhecida: salários, 13º, férias e FGTS atrasados e não depositados. Sob o controle dos trabalhadores, os salários estão sendo pagos em dia, e foram retomados os contratos com clientes que haviam migrado para outros fornecedores.

FLAKEPET

Em Itapevi/SP, 140 trabalhadores da Flakepet, empresa do setor plástico, em assembléia geral, dia 9 de dezembro de 2003, decidem ocupar a fábrica para garantir os postos de trabalho, o pagamento dos salários e direitos trabalhistas. O patrão havia fechado a fábrica e mandado os trabalhadores para casa. Com salários atrasados e sem perspetiva de receber, inclusive o 13º salário, os trabalhadores decidem produzir e vender para sustentar suas famílias.

No dia 3 de março, o patrão conseguiu a reintegração de posse da empresa com a ajuda da PM. Para impedir que as máquinas sejam retiradas, os trabalhadores estão acampados em frente ao parque fabril. Eles querem a estatização da Flakepet, e solicitam uma audiência com Lula.

BOTÕES DIAMANTINA

Abandonados desde dezembro de 2003, os funcionários da Diamantina, fábrica de botões de Curitiba/PR, estavam com salários atrasados, além de não terem depositados seus direitos (FGTS, IR e INSS). Sem negociação, fizeram uma assembléia e resolveram ocupar a fábrica, em 9 de abril. Sofreram reintegração de posse, mas conquistaram uma liminar, em 23/4, ganhando direito de administrar a empresa por um ano. Agora, integram a caravana a Lula, pedindo a estatização para a defesa dos empregos, direitos e parque fabril brasileiro.