O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, segundo mais importante funcionário norte-americano no Brasil, anunciou que vai de fato privatizar o Banco Central do Brasil logo após as eleições municipais. Palocci admite que a proposta vai despertar reações, mas disse não temê-las, pois os números da economia, segundo ele, são positivos. O ministro cumpre apenas um […]
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, segundo mais importante funcionário norte-americano no Brasil, anunciou que vai de fato privatizar o Banco Central do Brasil logo após as eleições municipais. Palocci admite que a proposta vai despertar reações, mas disse não temê-las, pois os números da economia, segundo ele, são positivos.
O ministro cumpre apenas um acordo feito antes da posse de Lula, com o principal funcionário norte-americano no Brasil, o atual presidente do Banco, Henrique Meireles. Lula havia convidado algumas figuras para o cargo, várias foram as recusas (até porque não convidou figuras certas, dentro do que falava quando candidato) e Meireles, então eleito deputado na mais cara campanha já realizada no Estado de Goiás e uma das mais caras em todo o Brasil, aceitou impondo como condição a chamada autonomia que, na prática, é a privatização.
Registre-se que Henrique Meireles era presidente do Bank of Boston, deixou o cargo para ser candidato a deputado federal no Brasil, pelo partido do então presidente Fernando Henrique Cardoso e, para ser presidente do Banco Central, renunciou a um mandato que sequer assumiu.
Palocci, como contrapartida, anunciou também um aumento para os militares, os servidores públicos civis e o acerto de contas com aposentados numa pendência que vem desde os primeiros momentos do governo FHC. Há nove anos.
É a política populista: o varejo para os trabalhadores e o atacado para os donos do Estado brasileiro. Os que comandam e mexem as cordinhas. Num país em que os banqueiros pagam menos 54% de imposto de renda que os trabalhadores, nada é impossível. Ou melhor, tudo é possível, inclusive esse tipo de decisão vir do governo Lula.
Em agosto acontece, está mantida, a sexta rodada de licitações para campos petrolíferos, outro naco do atacado. A entrega gradativa do setor à iniciativa privada. Faz parte do processo de privatização da PETROBRAS que deve se acentuar na hipótese de um golpe na Venezuela. Contra Chávez.
O presidente bolivariano lidera as pesquisas há um mês do referendo, mas há indícios concretos que empresários, banqueiros e Casa Branca, tentarão o velho expediente da fraude. Deu certo tantas vezes, inclusive para o próprio Bush.
O Brasil continua a ser um país de segunda classe no contexto político. O governo Lula repete todo o processo de FHC e tenta, neste primeiro mandato, criar condições objetivas para um segundo, a reeleição.
A prática de expedientes populistas vem logo em seguida a decisões estratégicas que implicam em consolidar o controle do Estado pelos donos. Os tais «286 homens e mulheres brasileiros mais importantes do país».
A propósito, dois ministros do governo Lula estiveram no tal seminário em Comandatuba: Antônio Palocci e Luís Fernando Furlan (vai receber o troféu de funcionário do ano da Bolsa de New York). E um ex-presidente: FHC. Quando se encontrou com Fernando Henrique, diante de fotógrafos, jornalistas, no clima de festa isso, festa aquilo que comandou o simpósio, Palocci abriu os braços, fato registrado e caiu de quatro: «meu grande amigo FHC». Deveria ter dito meu chefe, pois antes Furlan havia trocado as bolas e se referido ao governo, como «governo do presidente Fernando Henrique».
Lula foi assediado num encontro de mulheres no Rio Grande do Sul. Levou algumas para o palco onde estava, quase caiu, teve que receber ajuda de seguranças. Transformou o governo num grande show sob a batuta de Duda Mendonça.
Pior que isso só Paulo Maluf. Foi visitar um hospital e atendeu ao apelo de um doente que queria vê-lo. O dito cujo morreu logo em seguida. É o Brasil, onde Maluf funciona como carro auxiliar de Marta Favre, do partido de Lula.
E o Banco Central vai ser entregue à banca internacional.
Ah! Tem um candidato a prefeito numa cidade de porte médio, numa estranha aliança PPS/PT, que tem dito ter participado do processo da revolução cubana. Pelas contas deveria ter uns nove anos em 1959. Logo…