A visita do presidente brasileiro ao Chile, coincidentemente logo após o referendo que confirmou o presidente Hugo Chávez, na Venezuela, agrada ao líder da organização terrorista Casa Branca, agradam mais ainda as declarações de Lula, segundo as quais, «os Estados Unidos são um parceiro indispensável para a América do Sul. Lula vai se encontrar com […]
A visita do presidente brasileiro ao Chile, coincidentemente logo após o referendo que confirmou o presidente Hugo Chávez, na Venezuela, agrada ao líder da organização terrorista Casa Branca, agradam mais ainda as declarações de Lula, segundo as quais, «os Estados Unidos são um parceiro indispensável para a América do Sul.
Lula vai se encontrar com o presidente Lagos, um dos principais apoiadores da ALCA nos termos propostos pelos Estados Unidos e, em seguida à visita ao Chile, vai ao Equador conversar com o coronel Lúcio Gutierrez. Gutierrez, como Lula, foi eleito com um programa de mudanças e caiu de quatro, permitindo inclusive a consolidação de uma base militar dos EUA em seu país.
São movimentos para reordenar este parte do mundo depois de confirmado o mandato do presidente Hugo Chávez e abertas as perspectivas para a sua reeleição em 2007.
Luís Inácio Lula da Silva destacou a importância dos Estados Unidos para a América do Sul. O pior, no entanto, foi a fala sobre a ALCA. Pelo que o presidente brasileiro disse, os obstáculos são apenas a pressa de Washington em implantar a área de livre comércio e subsídios a produtores agrícolas naquele país. O que se deduz é que, fora isso, o Brasil está de acordo.
Foi mais longe ao dizer que o presidente Bush tem noção do peso do Brasil na América do Sul. Palavras que soam mais ou menos como ajude a gente que a gente ajuda vocês.
Não será preciso mais nada para sinalizar ao IV Reich que o Brasil vai cumprir o seu papel para neutralizar o impacto em toda a América Latina, sobretudo a América do Sul, da vitória de Chávez.
A derrota do sim na Venezuela não foi absorvida pelo governo de Bush e sinais claros são emitidos, a cada instante, que novas ações e tentativas golpistas serão desfechadas contra o governo bolivariano. O próprio ex-presidente Jimmy Carter declarou a jornalistas em seu país que «esse pessoal da Casa Branca gostaria de ver Chávez pelas costas».
Lula também. É tanto um problema de ego, está perdendo o posto de líder condutor dos povos oprimidos à terra prometida, que adora, como a revolução bolivariana complica a versão brasileira de política real em relação ao neoliberalismo. Ou seja: os magos do governo acreditam que podem tocar o barco nos termos do FMI e tirar umas casquinhas ao feitio populista, assegurando vitórias em futuras eleições.
No seu destempero de deslumbrado com o cargo, o presidente Lula, no Gabão, foi salvo pelo ministro Celso Amorim depois de ter dito aos jornalistas que foi lá para aprender como o presidente daquele país consegue ficar 27 anos no poder e ainda ter o direito de ser reeleito. Amorim, por perto, providencialmente, disse que aquilo era brincadeira.
A partir de agora vai ser preciso observar cada passo do governo brasileiro em relação à Venezuela. Lula já incorporou os Estados Unidos ao grupo de amigos daquele país, manobra feita no dia seguinte ao referendo e com objetivos claros, pois a Casa Branca, em nenhum momento, ou negou ou disse, que deixaria de lado operações e ações para afastar Chávez.
A idéia de uma PetroAmérica, fundindo companhias estatais do Brasil, da Venezuela e da Argentina, que tanto assusta as grandes empresas norte-americanas e européias, bem como os parceiros sauditas da família Bush, não deve prosperar. Pelo menos nas condições idealizadas: a de criar uma das maiores companhias petrolíferas do mundo e viabilizar recursos e soberania sobre o ouro negro, propiciando situações diversas das atuais. No caso do Brasil já estão em curso os preparatórios para a licitação de bacias sedimentares, a sétima.
Com isso morre também a proposta de integração sul-americana, como a propôs Lula, nos primeiros momentos de seu governo, quando ainda executava manobras de despiste para a endireitada que viria e continua.
Ganha as formas da real política do brasileiro, na prática de Palocci, Meireles, tudo segundo o FMI. Integrar para entregar.
É esse o movimento que Lula faz com suas visitas ao Chile e ao Equador. ´São esses os objetivos de suas declarações.