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A posição imperial/terrorista sobre propriedade intelectual

Fuentes: Rebelión

A reunião da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, OMPI, no final do mês deste mês, vai ser marcada pela pressão imperial/terrorista dos Estados Unidos. Detentores de um formidável arsenal tecnológico em todos os campos querem manter a exclusividade e não permitir o acesso de países em desenvolvimento como o Brasil, a mínimas possibilidades que sejam […]

A reunião da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, OMPI, no final do mês deste mês, vai ser marcada pela pressão imperial/terrorista dos Estados Unidos. Detentores de um formidável arsenal tecnológico em todos os campos querem manter a exclusividade e não permitir o acesso de países em desenvolvimento como o Brasil, a mínimas possibilidades que sejam de avanços que possam resultar em poder político, econômico e reais melhorias nas condições de vida dos seus povos.

A ALCA é um exemplo disso. Se você tem uma tecnologia x e o outro não, o acordo não permite a você desenvolvê-la. Condenação eterna ao atraso. Os terroristas têm usado esse ponto como cláusula em acordos bilaterais e o México padece disso por conta do NAFTA.

O campo da saúde pública é o mais grave e o mais visível. A questão dos genéricos. O governo dos Estados Unidos se opõe à fabricação de medicamentos genéricos sem pagamento de royalties aos detentores das patentes. Mais ou menos como não pagou não tem remédio.

Brasil e Argentina vão tentar quebrar a barreira norte-americana e forçar acordos que permitam o acesso a tecnologias capazes de gerar desenvolvimento e proveitos efetivos para ambos os países.

As expectativas são de grandes dificuldades e muito embora os negociadores brasileiros tenham conseguido, desde o governo Itamar Franco (quem de fato criou os genéricos), vitórias expressivas, ainda existe uma grande caminhada pela frente.

É uma das maneiras mais cruéis e perversas da democracia imperial terrorista do capitalismo norte-americano de continuar a se sustentar do trabalho escravo dos outros povos.

Não difere dos donos de latifúndios que recrutam escravos, pagam salários irrisórios, só no papel, obriga-os a comprarem em seus armazéns, único a dispor dos produtos necessários à sobrevivência cotidiana e no final das contas os trabalhadores devem fábulas aos donos, têm que trabalhar a vida inteira para pagar e morrem devendo.

É a mesma lógica.

Barbosa Lima Sobrinho costumava dizer que o capitalismo japonês cresceu pirateando, no bom sentido. Aqui não temos um projeto para o Brasil. O governo oscila entre morder e assoprar, mais assopra que morte e se deixa vulnerabilizar ao aceitar a agenda reformista do FMI e do Banco Mundial, neoliberais. Procuram adequar o mundo a essa nova ordem.

Um outro jeito de comparar e entender porque a OMPI, como a OMC, são braços imperiais/terroristas, está nas agências reguladoras criadas por FHC e seu governo de privatizações/entrega do patrimônio público.

Agências se sobrepõem a governos, logo a vontade popular. Ficou e fica evidente no caso dos aumentos das tarifas telefônicas. OMPI e OMC não atuam de forma diversa. Uma das causas da constatação de Saramago que a democracia é uma farsa.

A questão dos softwares livres, códigos abertos, vital para países como o Brasil, passa por aí também.

O Estado Universal, semelhante aos imaginados por George Orwell ou por Aldous Huxley, no delírio imposto com as bombas de Bush, mas que começou com a conversa mole de Bil Clinton.

Se Brasil a Argentina perceberem que se uma ponta da corda, no caso duas, arrebentar começa a desmoronar essa ordem totalitária aí, recomeçamos a recobrar a soberania perdida nos anos FHC e Menem.

Se forem discutir por dentro, dentro das regras estabelecidas pelo império terrorista, é mais ou menos como ir armado de atiradeira para enfrentar um tiranossauro rex, nome aliás bem adequado para simbolizar os Estados Unidos e seu apetite pelo controle total e absoluto do mundo. Imenso, forte e estúpido, um cérebro diminuto.

A reunião da OMPI vai ser um dos eventos mais significativos da luta contra o terror de mercado.

Está, para países como o nosso, na condição de luta de sobrevivência.