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A Amazônia e o agronegócio

Fuentes: Rebelión

A imprensa internacional divulgou à larga que a MONSANTO subornou um funcionário do governo da Indonésia para alcançar seus objetivos. Transgênicos, a empresa gira em torno disso hoje. A mina de ouro. O preço do funcionário: 50 mil dólares. No Brasil deve ter gasto mais. O apetite dos latifundiários e seus prepostos ultrapassa com tranqüilidade […]

A imprensa internacional divulgou à larga que a MONSANTO subornou um funcionário do governo da Indonésia para alcançar seus objetivos. Transgênicos, a empresa gira em torno disso hoje. A mina de ouro. O preço do funcionário: 50 mil dólares.

No Brasil deve ter gasto mais. O apetite dos latifundiários e seus prepostos ultrapassa com tranqüilidade a cifra paga ao indonésio. A empresa pediu desculpas. É uma prática do mundo dos negócios. Você faz a trapalhada, se é que trapalhada serve para definir esse tipo de fato, pede desculpas mas os transgênicos, no caso, continuam.

Ou seja dança o funcionário mas a empresa e seus negócios ficam.

O jornal inglês The Financial Times publicou matéria em que alerta para o desmatamento na Amazônia como conseqüência das plantações de soja. Segundo organizações ambientalistas que o jornal não cita quais a soja está expulsando o criador de gado e esse está devastando a floresta. De concreto avanços sobre áreas florestais no estado do Mato Grosso, fora da Região Amazônica. Chegando lá.

O governo da Venezuela anunciou que vai rever os títulos de propriedades rurais no país. Se isso fosse feito no Brasil, sobretudo no Norte e no Nordeste seria tranqüilo apostar em 99,99% de grilagem por parte das elites, documentos falsificados em cartórios, volta e meia aparece um ou outro caso, explode e logo é esquecido.

O latifúndio aqui se forma historicamente nos processos de grilagem. Desde os tempos das capitanias hereditárias, quando o reino de Portugal loteou e entregou o Brasil a donatários. Não mudou muito, as capitanias se partiram, se dividiram, só isso.

Seria interessante passar um pente fino em todo o processo que levou o governo Lula a autorizar o plantio de soja transgênica e, principalmente, no Ministério da Agricultura. O jornalista Ricardo Boechat, há cerca de dois meses, divulgou nota sobre um funcionário, alto funcionário, daquele Ministério que levou sugestões de negócios à MONSANTO.

É difícil que não esteja no bolso da empresa. O suborno faz parte das operações da empresa. O latifundiário brasileiro, como qualquer latifundiário, qualquer banqueiro, qualquer grande empresário adora uma propina, um bom negócio.

O ministro da Agricultura do governo Lula é uma figura estranha. É de extrema-direita, com nuances fascistas explícitas, mal disfarçadas quando se trata de reforma agrária e umbilicalmente ligado ao agronegócio.

É um dos corpos estranhos no governo dito popular, mas com muitos corpos estranhos.

Está lá no The Financial Times que esse desvario representou 10 bilhões de dólares em divisas para o País.

A fome continua, o desemprego é alto, a violência atinge a níveis assustadores e cada vez maiores, a qualidade de vida do brasileiro não mudou coisa alguma com agronegócios e com transgênicos, ou o que isso tenha significado ou vá significar em termos de divisas.

Mudou a vida do latifundiário. Resplandece a elite de botineiros e pistoleiros no afã de garantir o progresso, a ordem, os valores da Pátria, da família, etc, etc, enquanto transformam o futuro do Brasil num imenso deserto.

Dane-se o futuro, dane-se o povo, dane-se aquilo que não lucro.

É a lógica dessa gente e é a lógica da política econômica de Lula, Palocci e o norte-americano Henrique Meirelles.

Esses caras não aprenderam nada com a história. Devem achar que poder é avião de 87 milhões de dólares.