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A convenção do Partido Nacional Socialista nos EUA

Fuentes: Rebelión

Eu já ouvi algumas pessoas, muitas, se perguntarem como foi possível um Hitler num país como a Alemanha? A mesma pergunta pode ser feita hoje em relação a George Bush: como é possível Bush num país como os Estados Unidos? Se deixarmos de lado a disciplina que caracteriza os alemães, a convenção do Partido Republicano […]

Eu já ouvi algumas pessoas, muitas, se perguntarem como foi possível um Hitler num país como a Alemanha?

A mesma pergunta pode ser feita hoje em relação a George Bush: como é possível Bush num país como os Estados Unidos?

Se deixarmos de lado a disciplina que caracteriza os alemães, a convenção do Partido Republicano foi literalmente uma convenção do Partido Nacional Socialista dos Estados Unidos.

O IV Reich repete o III. Patriotismo, inimigo externo, grandeza da democracia norte-americana. As marchas de fanáticos na Alemanha foram substituídas pelo ridículo de convencionais vestidos de elefante.

É a maneira americana de ser.

E descobriram uma fórmula de substituir um fuhrer com liderança doentia, por um idiota capaz de qualquer coisa, até ler um livro de cabeça para baixo.

São vários os que manejam os cordéis do líder terrorista dos Estados Unidos. Desde a conselheira que percebe ou recebe os instintos, ao vice-presidente das companhias petrolíferas e ao secretário da tortura e da indústria armamentista.

O preconceito continua sendo uma das tônicas do nacional socialismo da Casa Branca. Contra árabes, muçulmanos ou não, contra negros, contra hispânicos, a presunção de novos e eternos Moisés, com nova e eterna tábua de dez mandamentos que se resumem a bombas, bombas e mais bombas. No campo político, econômico e militar.

Quem quer que atente para a história vai encontrar situações semelhantes às do III Reich, no IV Reich, lógico.

O seqüestro de jornalistas franceses no Iraque é um exemplo. Por quê? A França se opôs à invasão, tem tido posições críticas em relação ao governo nazi-fascista de Ariel Sharon, o gauleiter de Israel e se constitui num dos principais países europeus a se opor ao avanço hitlerista dos EUA.

Quando o novo primeiro-ministro espanhol determinou a retirada das tropas de seu país no Iraque, a primeira determinação pública dos comandos de resistência muçulmana foi a de não atacar alvos espanhóis.

Hitler, em várias oportunidades, simulou situações assim para ganhar espaços, num primeiro momento até vencer eleições. Chegou a incendiar o Parlamento e culpar os comunistas.

A reeleição de Bush, num prazo maior, pode significar o ponto inicial, ou não, do declínio do império terrorista dos Estados Unidos. Mas, num outro plano, num prazo mais curto, significa a prevalência da barbárie, da insensatez e tem o poder de disseminar a violência por todos os cantos.

O discurso de John Kerry, quando afirma que o resto do mundo está contra o país, não significa muito. O povo norte-americano foi criado e educado para acreditar que fora dos EUA não existe nem vida inteligente e nem salvação.

O absoluto silêncio da imensa e esmagadora maioria dos meios de comunicação norte-americanos sobre as contradições de Bush, sua incapacidade e a natureza corrupta de seu governo, se transforma em convocação ao patriotismo, à defesa da nação soberana e mãe da liberdade, ameaçada por bombas e armas químicas que não existiam e nem existem.

A não ser as deles.

Existem já observadores atentos e perspicazes que asseguram que, se reeleito, como aconteceu com Nixon, Bush não se sustenta tamanho o desvario interno e externo que deve caracterizar o seu segundo mandato.

O candidato democrata não tem se mostrado à altura do desafio. Dá a impressão que não acredita no que vê e acaba perdido em meio ao avassalador poder do Partido Nacional Socialista dos Estados Unidos e o que ele traz consigo.

Não foram poucos os alemães que acreditavam no pintor austríaco como grande redentor da nação humilhada na I Grande Guerra.

O poder de mudar a verdade repete a tese de Goebells que «uma mentira repetida muitas vezes vira verdade».

É o que acontece com o passado militar de cada um dos candidatos. O país inteiro sabe que Kerry lutou na guerra do Vietnã e o fez dentro das normas militares corretas e Bush se refugiou no prestígio da família para um serviço militar típico dos filhos de papai rico, sem transtornos e sem riscos.

A opinião pública se mostrou sensível a um anúncio de uma associação de veteranos ligada ao presidente/terrorista e o passado de Bush foi esquecido, mas as dúvidas sobre Kerry foram lançadas.

Repensar a luta por um mundo alternativo, com urgência, torna-se questão de sobrevivência. A democracia, como a aprendemos, como tem sido praticada, é a farsa tantas vezes denunciada.

As regras do jogo foram feitas pelos donos, para os donos e o poder ser exerce a partir dos interesses dos donos. Está aí Lula que não deixa ninguém mentir.

Leonel Brizola costumava dizer que eleitor vota certo, na proposta certa. O que acontece? Horizontalizaram-se os partidos, desapareceram as nuances ideológicas entre partidos.

Mais uma vez o Brasil. É só dar uma olhadela na disputa entre PT e PSDB nas eleições municipais. São iguais, lutam por poder. E o fazem sem nenhum escrúpulo.

Um exemplo: a acrescer ao rol de fuzilamentos praticados pelo candidato tucano em São Paulo, José Serra, o vergonhoso caso das mortes de moradores de rua.

A responsabilidade pela segurança é tucana, no governo do Estado. A Polícia, de um governo tucano, insinua a cada momento que os envolvidos podem estar na Guarda Metropolitana, da prefeitura de Marta e a prefeita resta suspeita por tabela. A mentira encobrindo a barbárie de um governador de extrema-direita, Geraldo Alckimin e um candidato amoral, José Serra.

É o mundo de Bush, do neoliberalismo. No Iraque, no Afeganistão, nos constantes assassinatos de palestinos, no terrorismo de separatistas Tchetchenos e do governo russo. Na ditadura colombiana.

Como um vírus que se dissemina por todos os lugares e contamina muitas, mas muitas pessoas.

Estava na festa dos elefantes dos Estados Unidos, em New York. Para onde se deslocou, por esses dias, o centro irradiador de terrorismo em todo o mundo.