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A semana decisiva

Fuentes: Rebelión

O fato de Bush ter abrandado o discurso contra Chávez não significa que a organização terrorista Casa Branca tenha desistido de golpear o presidente da Venezuela e por fim à revolução bolivariana.  Bush, momentaneamente, se rende um fato que parece consumado: a vitória do presidente Hugo Chávez no referendo do próximo domingo.  E digo isso, […]

O fato de Bush ter abrandado o discurso contra Chávez não significa que a organização terrorista Casa Branca tenha desistido de golpear o presidente da Venezuela e por fim à revolução bolivariana.  Bush, momentaneamente, se rende um fato que parece consumado: a vitória do presidente Hugo Chávez no referendo do próximo domingo. 

E digo isso, fato que parece consumado, exatamente por entender que não se pode baixar a guarda.  O terrorismo norte-americano tanto mostra sua face supostamente democrática via Jimmy Carter, o que assopra, como a boçal, que morde e transmite raiva, via George Bush.  A história de eleições, golpes, contra-golpes na América Latina é que os caras não desistem nem depois. 

As manifestações em Caracas e por toda a Venezuela, nem a mídia comprometida com o golpismo consegue esconder.  São majoritariamente pró Chávez. 

Uma das conseqüências da vitória do não, é aí que Bush dissimula, vai se mostrar nas dificuldades para uma ação militar contra Cuba, na eventualidade de um segundo e desvairado mandato do republicano.  Tanto quanto no exibir a força do movimento bolivariano até sobre governos como o de Lula, perdido em meio às suas próprias contradições. 

Uma delas se manifestou com clareza nesta última semana.  O ministro das Cidades, Olívio Dutra pretende que despesas com saneamento básico sejam excluídas dos critérios que determinam endividamento.  O FMI, por seus porta-vozes, inclusive um plantado no governo brasileiro, Joaquim Levy, já disse que discorda. 

Na prática, mais ou menos como continuar matando milhares de crianças e adultos por falta de água potável, rede de esgoto, em nome do superávit primário.  Palocci concorda com isso.  Aceita esse tipo de imposição. 

É aí que reside a diferença entre o presidente Chávez e o até agora governador-geral Luís Inácio Lula da Silva.  Onde um burocrata representante de uma instituição internacional e pago pelo governo brasileiro (revelação feita pelo jornalista Élio Gaspari), se contrapõe a um ministro do porte de Olívio?  Íntegro, com história no movimento popular, inúmeras vezes maior que essa tropa de agentes da banca que controlam o governo.  O contrário de Joaquim Levy. 

Chávez optou por uma revolução que significa saúde, educação, transportes e saneamento básico, entre outras coisas, para todos, gratuitas e de boa qualidade.  Não privatizou, como Lula está fazendo, o petróleo de seu país, o que equivale dizer, não está entregando patrimônio público, no caso nosso a Petrobrás. 

Todo cuidado será pouco até o dia 15, dia do referendo.  Há interesses sujos em jogo e a iniciativa privada não tem escrúpulos e nem os terá se puder fraudar os resultados, ou buscar elevar o nível de tensões, na tentativa de invalidar os esforços do presidente Chávez na construção de um país livre, soberano e justo. 

A vitória de Chávez abre perspectivas para sua reeleição, um novo mandato de sete anos e isso assusta e apavora as elites do país. 

As manifestações pró-Chávez mostram a opção dos trabalhadores venezuelanos.  Os atos da oposição ocorrem em bairros de classe média alta.  Onde têm respaldo, onde estão aqueles que exploram a classe trabalhadora em qualquer país capitalista do mundo desde tempos imemoriais. 

A vitória de Chávez, se consumada, extrapolará as fronteiras da Venezuela.  Só não se consumará através de fraude, como aconteceu com a eleição de Violeta Chamorro na Nicarágua e tantas outras.  Juan Bosh, na República Dominicana foi vítima da sanha terrorista/golpista dos Estados Unidos em todas as vezes que disputou eleições e quando ganhou foi derrubado por militares golpistas a soldo de Washington. 

Isso aconteceu com Allende, com João Goulart, na Argentina, no Uruguai, no Peru, em todos os países dessa parte do mundo sempre que foram contrariados os negócios da Casa Branca. 

Por isso também que a vitória do não equivalerá a uma batalha ganha.  Os bandidos não desistem.  Outras batalhas serão travadas. 

Uma das razões, ou duas, de Bush ter, aparentemente, se rendido a uma evidência, a vitória de Chávez, está num relatório divulgado nos EUA e que aponta Álvaro Uribe, gauleiter da Colômbia, como traficante de drogas.  A outra é o que isso pode significar nas eleições presidenciais naquele país.

 E uma terceira: a inquestionável vontade dos trabalhadores venezuelanos de não se deixarem sujeitar e ao seu país, pelo capital internacional e quadrilhas de banqueiros e Cisneros da vida. 

A vitória de Chávez será a vitória de todo o povo trabalhador da América Latina.