Há mistérios no eleitorado norte-americano que não são passíveis de serem explicados nem pela lógica, muito menos pela metafísica. A impressão que me passa, falo das eleições presidenciais deste ano, é que a ingestão excessiva de hambúrgueres do Mcdonalds transforma o cidadão médio dos EUA em algo como X Man montado no Paraguai.Bush está uma […]
Há mistérios no eleitorado norte-americano que não são passíveis de serem explicados nem pela lógica, muito menos pela metafísica. A impressão que me passa, falo das eleições presidenciais deste ano, é que a ingestão excessiva de hambúrgueres do Mcdonalds transforma o cidadão médio dos EUA em algo como X Man montado no Paraguai.
Bush está uma volta à frente do candidato democrata, John Kerry, a despeito de todas as trapalhadas, mentiras e da corrupção de seu governo. Se for estratégia de Kerry, segurar as pontas para sair a toda depois das convenções, em julho, tudo bem, mas o resultado é duvidoso.
O democrata luta contra grupos terroristas, a Organização Casa Branca.
Se conseguir emplacar resultados positivos na Venezuela, no referendo de 15 de agosto, todo cuidado é pouco, os caras falsificam e fraudam qualquer negócio, Bush vai exibir outro troféu, a cabeça de Hugo Chávez. O segundo mandato vai começar com o projeto que demole a revolução cubana.
Lula, aqui, brinca de festa junina. Acha que o negócio não é com ele.
A Agência Brasil distribuiu matéria sobre a soja rejeitada pela China. Fala de alerta do Greenpace: países pobres vão consumir a soja condenada pelo governo chinês. Esqueceu de dizer, a agência, que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, trabalha full time para reverter a decisão.
Em nome de exportar é a solução.
John Kerry conta com a turnê do ex-presidente Bil Clinton, vai lançar sua biografia, por todo o território dos EUA. Costa a costa. Clinton é figura decisiva no processo eleitoral, pode reverter parte do quadro, vai aproveitar para fazer campanha para Kerry.
O inexplicável é que Bush pode consolidar a frente que tem com o voto dos hispânicos e negros. Foi uma hipótese levantada agora por alguns analistas. Gente tratada como sub- gente votando no feitor. Enfim…
A síndrome do seqüestrador.
Uma importante avaliação feita nos Estados Unidos por jornalistas de várias agencias, jornais e revistas conclui que se Bush for reeleito, dificilmente termina o segundo mandato. Não há como sustentar toda essa parafernália mentirosa e terrorista por oito anos. Mas admitem, os mesmos, que a reeleição é uma pule que paga baixo, pois o presidente continua favorito.
De qualquer forma só com o início oficial da campanha, os meses finais, vai ser possível um prognóstico mais preciso. Na estranha democracia norte-americana, o fator fundamental são os recursos que os dois candidatos conseguirão para suas verdades eleitorais..
É como sabão em pó. A forma de chegar ao eleitor passa pela televisão e pela capacidade de convencimento que um realmente lava mais branco que o outro.
Bush, isso tem sido de suma importância para que mantenha a frente, conseguiu incutir no seu povo que a Al Qaeda planeja novos ataques e é necessário um terrorista para enfrentar o terrorismo.
Já as companhias de petróleo e a indústria de armas riem pelos quatro cantos.
Kerry tem dificuldades para indicar o vice e conseguir que seu companheiro de chapa acrescente votos. Parece não estar satisfeito com a perspectiva de John Edwards, a quem venceu nas primárias do seu partido. Pode ser outro problema. Faz, se acontecer, com que setores democratas se desinteressem da campanha, afinal os partidos naquele país só diferenciam no nome, no essencial defendem a mesma coisa e, em muitos momentos, democratas agem como republicanos e vice-versa (o que é mais difícil, mas acontece).
A conclusão chave disso aí é que uma eventual reeleição de Bush coloca sob suspeita a capacidade do povo norte-americano diferenciar filme de Hollywood de realidade. Será, concretizada, um aval à tortura, ao fim dos direitos humanos, à fraude, à barbárie e ao próprio terror..
E se, por outro lado, a reeleição contribuir para que os EUA se lasquem nos próximos 20 anos, ou 20 anos depois, à frente, também não é argumento válido.
Bush significa a estupidez como prática política no país mais poderoso do mundo e o que isso quer dizer não tem preço. Pode ser entendido se lembrarmos a célebre frase de Madeleine Albright, secretária de Estado do governo Clinton, assim, democrata, ao responder a um jornalista se a morte de 200 mil crianças no Iraque valia a intervenção militar, a primeira e o bloqueio econômico àquele país: «se é o preço a ser pago pela democracia, vale sim».
Incrível democracia essa. Pode ser que eu me engane, espero estar, mas Kerry tem cara de babão.