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Celso Amorim avisa que Brasil não quer ingerência externa na segurança da América Latina

Fuentes:

Na 6ª feira, 10 de setembro de 2004, contrariando o espírito entreguista de muitos e os desejos expansionistas da Casa Branca, às vésperas da reunião ministerial de países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que reúne Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, aproveitou […]

Na 6ª feira, 10 de setembro de 2004, contrariando o espírito entreguista de muitos e os desejos expansionistas da Casa Branca, às vésperas da reunião ministerial de países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que reúne Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, aproveitou uma entrevista a correspondentes estrangeiros no Palácio do Itamaraty, em Brasília, para avisar aos onipresentes norte-americanos que «o Brasil quer que os países da América Latina resolvam sozinhos suas questões de segurança, sem necessidade de ajuda externa». O Brasil está cada vez mais preocupado com a crescente intromissão dos EUA na região, especialmente através da Colômbia, onde o presidente Álvaro Uribe não dá um passo sem antes ouvir a opinião dos norte-americanos. Celso Amorim lembrou que o Brasil dispõem do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), cujos radares, sensores, estações receptoras de dados por satélite, aviões de guerra e plataformas aerotransportadas podem ser usados na defesa da região. Dizem que a Casa Branca não gostou da entrevista. Não seria surpresa se alguém do circuito Dick Cheney, Paul Wolfowitz, Donald Rumsfeld e Condolezza Rice esteja dizendo que Celso Amorim faz parte de uma célula adormecida da Al-Qaeda.

José Pampuro defende criação da Secretaria de Defesa do Mercosul. Na 6ª feira, 10 de setembro de 2004, ao tempo que Celso Amorim avisava que o Brasil rejeita a ‘ajuda externa’ para garantir a segurança da América Latina, em Bariloche, ao encerrar uma reunião de três dias dos chefes dos exércitos do bloco, o ministro da Defesa da Argentina, José Pampuro, lembrou o «cenário de paz e harmonia que impera na região» e afirmou que as forças armadas do Mercosul podem ampliar sua integração através da criação de uma ‘Secretaria Permanente de Defesa Regional’. O assunto voltará à baila a partir da próxima 2ª feira, quando os ministros da Defesa do Cone Sul – José Pampuro, da Argentina, José Viegas Filho, do Brasil, Michelle Bachelet, do Chile, Yamandú Fau, do Uruguai, Roberto González Segovia, do Paraguai, e Gonzalo Arredondo Millán, da Bolívia – se reunirão em Buenos Aires. Ao final do encontro, os ministros de Defesa deverão distribuir nota reafirmando a capacidade da região de cuidar de sua própria defesa.

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EUA decidem que Brasil deve comprar 10 Black Hawk sem licitação

No dia 07 de setembro de 2004, ao tempo que o Brasil comemorava seu Dia da Independência, através da chamada Agência de Cooperação de Segurança, o Pentágono distribuiu nota indicando que o Brasil ‘precisa’ comprar dez helicópteros Black Hawk, num negócio sem licitação que alcança US$ 250 milhões. Para justificar a pressão, o Pentágono disse que a venda beneficiaria o Brasil em sua segurança. Na proposta encaminhada ao Capitólio – que, pelas regras norte-americanas, tem 30 dias para rejeitar as vendas de artigos militares ao exterior -, o Pentágono informou que a venda ao Brasil beneficia os EUA, que fica aliviado da tarefa de zelar pela segurança de «um país amigo que é uma importante força para a estabilidade política e o progresso econômico na América do Sul». Segundo o Pentágono, o Brasil necessita dos helicópteros «para busca e resgate e para autodefesa na região sem ser dependente da assistência de outros países». O ministério da Defesa do Brasil não disse nada.

EUA decidem que Argentina precisa modernizar helicópteros militares. Na 4ª feira, 08 de setembro de 2004, o chefe do estado-maior do exército da Argentina, Roberto Bendini, e o gerente regional da empresa norte-americana Bell, Eric Wasson, assinaram o contrato sugerido pelos EUA para modernização de vinte helicópteros. A um custo não informado, a empresa norte-americana que pertence ao grupo Textron usará oficinas de Campo de Maio, nos arredores de Buenos Aires, para transformar a atual frota de helicópteros UH 1H na versão Bell Huey II. Segundo os norte-americanos, os helicópteros devem ser usados em missões de ajuda após desastres naturais, preparação e treino militar para a força de destacamento rápido, exercícios militares conjuntos com outros países e missões de paz.