Recomiendo:
0

Dirceu não quer sair e genoíno quer conversar sobre 2006

Fuentes: Rebelión

O ministro chefe do Gabinete Civil, José Dirceu, falou para dentro ao afirmar que não pretende voltar à Câmara, muito menos disputar a presidência da Casa. Dirceu disse que quer ficar no governo e cumprir as tarefas que lhe cabem. Defendeu a aliança com o PMDB e foi mais enfático ainda ao dizer que o […]

O ministro chefe do Gabinete Civil, José Dirceu, falou para dentro ao afirmar que não pretende voltar à Câmara, muito menos disputar a presidência da Casa. Dirceu disse que quer ficar no governo e cumprir as tarefas que lhe cabem. Defendeu a aliança com o PMDB e foi mais enfático ainda ao dizer que o partido não sai do governo.

O presidente nacional do PT, José Genoíno, negou que vá acontecer intervenção no diretório estadual de Santa Catarina, onde uma ala do partido quer romper com o governo de Luís Henrique, do PMDB. Não é o caso de intervenção, foi o que disse e mais um pouco: «o PT quer conversar com os partidos aliados sobre 2006».

O deputado Pastor Reinaldo, do PTB do Rio Grande do Sul, apresentou projeto de lei à Câmara que proíbe que cachorros tenham nomes de pessoas. O deputado é fundamentalista cristão e adepto da teoria do criacionismo. Apóia a bancada ruralista, a de latifundiários.

Um cidadão em Marisol, interior de São Paulo, deu um cheque de dois reais e oitenta centavos para pagar um cachorro quente. No campo de pague-se a, escreveu: «hot dog do jão em frente a Caixa». O detalhe: o cheque é para janeiro de 2005 e a conta existe desde 1979.

Quando Tancredo Neves foi eleito governador de Minas, em 1982, líderes fundamentalistas cristãos foram a ele pedir a Secretaria de Bem-estar Social. Segundo um deputado estadual do grupo, iriam transformar «a caridade em ação social permanente».

Tancredo conversou, contou caso, lembrou passagens da bíblia que mais admirava e ao final disse que ia pensar. É lógico que não entregou a secretaria a nenhuma dessas figuras.

Dados divulgados neste início de semana mostram que o nível de desemprego caiu, estamos no final do ano, o comércio vende mais e portanto contrata mais, mas a renda do trabalhar também caiu. É a mais baixa dos últimos tempos.

José Dirceu mandou um recado para Palocci e outros, até quando admitiu divergências entre o ministro da Fazenda e ele. A área econômica trabalha diuturnamente para afastar o ministro.

Genoíno trata de seduzir políticos interessados em participar da campanha da reeleição de Lula, principalmente no PMDB. O PT detectou um dado, custou a perceber isso, importante: o presidente nacional do partido, Michel Temer, é ligado a FHC e esse, por sua vez, busca afastar a legenda do governo.

Como Genoíno vai costurar uma eventual aliança com o PMDB é difícil imaginar. Soa como tentar remendar um saco que virou furo. Não há como.

O PTB do Pastor Reinaldo está rente que nem pão quente ao lado do governo. Cresceu em número de prefeitos, vereadores e já avisou que quer o lugar de vice-presidente em 2006. Roberto Jéferson, presidente nacional do partido, quer o lugar de José Alencar.

E o presidente? A hipótese de afastar José Dirceu contra a vontade do ministro é pouco provável. Um atrito de grandes proporções seria necessário. Não é do temperamento de Lula e não se sabe o nível de compromisso existente entre os dois. Dirceu foi o principal articulador das últimas campanhas de Lula. O próprio presidente costuma brincar com o dito chamando-o de presidente.

Seria um rombo capaz de balançar o já combalido governo petista. E, ainda mais, num ano de eleições internas no partido.

Não que Dirceu fosse sair atirando. Não é do seu feitio. Mas deixando minas armadas para todos, isso, com certeza faria. Por incrível que pareça, a não ser que consiga dar um jeito sobre humano, como veio para mudar a história da humanidade quem sabe, a queda de José Dirceu teria que ser compensada com a queda de Palocci.

Seria o fim da aliança de setores sociais democratas do PT e a reeleição, que se avizinha difícil, ficaria mais distante, quase impossível.

Se dermos uma busca em jornais do período de FHC vamos encontrar situações semelhantes. Alianças, acordos, com uma única diferença: o tucano nunca permitiu ministros mais fortes que ele. Nem Malan. O condutor do processo de privatização do Brasil e sua conseqüente transformação em empório do capital financeiro foi o próprio Fernando Henrique. Não abria mão de ser o governador