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… Em raios fúlgidos

Fuentes: Rebelión

Não mais nos basta aguardar a esperança, agora vamos ao seu encontro. Promessas e política não costumam formar um par muito fiel. Mas quando promessa e compromisso são compartilhados, a esperança deixa de ser o que se espera e converte-se em busca e construção. Esperar não é mesmo muito revolucionário. Não faria sentido ficar respondendo […]

Não mais nos basta aguardar a esperança, agora vamos ao seu encontro.

Promessas e política não costumam formar um par muito fiel. Mas quando promessa e compromisso são compartilhados, a esperança deixa de ser o que se espera e converte-se em busca e construção.

Esperar não é mesmo muito revolucionário.

Não faria sentido ficar respondendo às certezas que outros têm acerca do nosso novo partido. Já que todos têm direito às certezas, preferimos exercitar as nossas. Mesmo porque não pretendemos ser melhor que ninguém, perseguimos ser o melhor de nós mesmos.

A perfeição em se tratando de uma construção partidária é uma reivindicação por demais idealista. Inclusive por que outras propostas «mais perfeitas» tampouco realizaram tais expectativas. É como alguém se reivindicar revolucionário e nem sequer ter capacidade de legitimar-se como interlocutor das massas.

Não por acaso também reivindicamos a autocrítica como ferramenta fundamental para a construção do socialismo.

Inclusive por isso é inevitável registrar que o nome por nós adotado é uma clara resposta às organizações de esquerda. Não rejeitamos apenas os erros do PT, mas pretendemos superar também outras experiências que quando não pararam no tempo, regrediram ao que de pior se produziu sob a bandeira do socialismo (gostemos ou não de assumir).

As pessoas não se converterão ao socialismo porque Marx é um gênio universal, o socialismo é o nome dado por ele à conseqüência do empenho da humanidade em romper com a exclusão e opressão.

Nem os marxistas nasceram com o dom da redenção, trata-se de uma vocação construída no confronto da realidade com aspirações dentre as mais lídimas da humanidade. Nossas bandeiras não surgem do abstrato, são respostas à ordem capitalista (que tampouco é um mal metafísico) que para consolidar-se promove injustiças, exclusão e alienação.

Buscamos construir um partido que alcance a utopia e a coloque no plano do real, é necessário que o socialismo deixe de ser venerado como utopia e seja realizado enquanto estratégia. O socialismo não pode ser uma promessa inacessível. Bem disse o companheiro Chico de Oliveira este século ou será socialista, ou não será.

Não adotamos a revolução como uma bravata, muito menos como peça publicitária. Reafirmamos a atualidade da luta de classes e a ruptura radical com o capitalismo. Mas não se pode esquecer que esses não são dogmas, são uma resposta às necessidades humanas objetivas e subjetivas.

Não será possível construir o socialismo no mundo a partir das práticas conjuradas pelo capitalismo. Naturalmente o reino da liberdade se conformará com a superação das atuais limitações materiais que condicionam nossa civilização. Mas sobretudo o humano e não o mercado (ou qualquer outra mediação) deve ser a medida de todas as coisas nas relações sociais. Isso pressupõe, inclusive a emancipação do trabalho alienado, o fim da divisão social entre opressores e oprimidos, incluídos e excluídos. E nos referimos também aos vícios de lideranças que cortejam a ordem vigente.

Também não nos basta um mundo com carros possantes, economia planificada, raios laser e luz neon. Queremos um mundo em que caiba a devoção das mães e pais por seus filhos, e que não se ameace mais o olhar inocente das crianças. Em que se respeite a alegria e experiência dos mais idosos. Em que as mulheres sejam respeitas não apenas como portadoras da vida, mas porque a vida não se pauta apenas por causas racionais. Um mundo em que os homens amem mais e conquistem o direito de chorar e expressar seus sentimentos.

E que a civilização humana patrocine mais lágrimas de contentamento do que de dor.

Em que todas as etnias componham um arco-íris de igualdade onde não haja supremacias, mas uma trajetória paralela e equânime. Sem que se tente anular as riquezas da diversidade.

Queremos um mundo que garanta a existência e o direito ao afeto indiscriminado entre todos e que o amor seja expressão de força e sustentação da vida e não de fraqueza e motivação para o ódio.

E o ódio, ah o ódio. Que todos conspiremos contra ele. Não iremos destruí-lo, por certo, mas denunciemos e sejamos implacáveis com seus cultuadores, mas sobretudo que nós também não os odiemos. Se temos que exercitar intolerância, vamos unir o que aspiramos ao necessário . Sejamos radicalmente intolerantes com os efeitos do ódio.

Um mundo em que a felicidade seja um dos imperativos categóricos da civilização, não por futilidade mas porque a humanidade deverá comungar com a natureza o palpitar da vida em sua plenitude. Felicidade como realização de toda nossa capacidade de expressão e conhecimento.

Socialismo não é um mantra sagrado que se resume e realiza a si mesmo. Temos como certo que o capitalismo é o promotor da atual barbárie. Mas situações, atitudes e políticas realizados em nome do socialismo nos levam qualificar e resgatar a que socialismo nos referimos.

Não se trata mais de desfraldar a bandeira do socialismo e negá-lo em nossa prática. Nem tampouco apontá-lo apenas como promessa futura. É preciso realizá-lo na prática e imediatamente. A emancipação deve começar agora e já dentro de cada um de nós.

Como uma estrela não nos foi suficiente buscamos o sol que é a estrela mais perto da gente.

Assumimos o compromisso de que deste dia 6 de junho estaremos buscando inaugurar um novo capítulo na história da classe trabalhadora brasileira. Sem medo de ter fé em si mesma e disposta a derrotar a barbárie capitalista. Sem ilusões ou ufanismos. Vamos buscar realizar o espírito humano em suas virtudes e grandeza e não enaltecer o que nele há de mesquinho e fútil, como faz o capitalismo.

Que o Sol da Liberdade resplandeça em nosso país sinalizando aos trabalhadores do mundo que este povo não se acovarda diante do medo nem se cala diante de falsas esperanças.

Vida longa e fértil ao Partido do Socialismo e Liberdade. Até a vitória, sempre!