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EUA controlam Colômbia e querem Uribe reeleito

Fuentes: Rebelión

O Congresso da Colômbia deve aprovar nos próximos meses o projeto de emenda constitucional que institui a reeleição e assim possibilitar novo mandato ao ditador Álvaro Uribe. O atual mandato de Uribe termina em 2006. A totalidade das constituições dos países da América do Sul, até a reeleição de Alberto Fujimori, no Peru, proibia esse […]

O Congresso da Colômbia deve aprovar nos próximos meses o projeto de emenda constitucional que institui a reeleição e assim possibilitar novo mandato ao ditador Álvaro Uribe. O atual mandato de Uribe termina em 2006.

A totalidade das constituições dos países da América do Sul, até a reeleição de Alberto Fujimori, no Peru, proibia esse instituto. Os mandatos presidenciais eram únicos e variavam apenas no tempo. Antes do golpe militar de 1964 os presidentes brasileiros tinham mandatos de cinco anos. Após o golpe o período foi fixado em quatro anos, consagrados pela Constituição de 1988.

Fernando Henrique Cardoso, uma versão brasileira de Álvaro Uribe, corrupto e funcionário do governo norte-americano, mudou as regras do jogo no meio do caminho, comprou deputados, senadores e ganhou o direito de concorrer a um segundo e consecutivo mandato. Era parte do projeto neoliberal, logo estendida à Argentina. Foi eleito em 1994 e reeleito em 1988, com menos de um terço dos votos do eleitorado.

A reeleição foi a maneira supostamente democrática dos Estados Unidos para ampliar e consolidar o controle dos países sul-americanos. A queda das ditaduras militares e o temor da vitória de candidatos esquerdistas gerou essa fórmula.

É o que querem fazer na Colômbia, país militarmente ocupado por forças e conselheiros do Pentágono, numa escalada crescente e perigosa, pois tem como objetivo, entre outros, envolver o Brasil e os países que fazem fronteira com a Colômbia na guerra civil em curso ali, além de assegurar o controle da Região Amazônica.

Centenas de milhares de colombianos estão indo às ruas, convocados por sindicatos e movimentos de camponeses para protestar tanto contra a reeleição, como contra a violência da ditadura de Uribe. Nos mesmos moldes que atuam norte- americanos e israelenses no Oriente Médio, a Colômbia, hoje, vive o pesadelo dos assassinatos de lideranças populares, os cárceres estão cheios dos opositores de Uribe e o narcotráfico, do qual o presidente se beneficia diretamente, continua mais forte que nunca.

Foi o próprio departamento de combate ao tráfico do governo dos EUA que apontou, em relatório divulgado há cerca de dois meses, o envolvimento de Álvaro Uribe e grupos paramilitares financiados pelas elites e pelo latifúndio e leais ao ditador, com o crime organizado.

Combate ao tráfico é apenas pretexto para intervenção militar na Colômbia, repressão aos movimentos de trabalhadores, camponeses e combate às duas forças da guerrilha popular no país: as FARCs (Forças Armadas Colombianas) e ELN (Exército de Libertação Nacional) que, juntos, controlam quase a metade do território do país.

A vinculação das FARCs com o narcotráfico, insistentemente veiculada pelos meios de comunicação de massa no mundo inteiro, notadamente em países vizinhos, é parte da estratégia que levou Bush a considerar aquele grupo como «terrorista». O que ocorre é exatamente o contrário.

Uribe intenta assinar um Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos. Essa decisão é alvo de protestos gerais e uma greve de 24 horas paralisou os serviços públicos. Os principais dirigentes sindicais e líderes camponeses, afirmam que o tratado traz prejuízos absolutos à agricultura e à indústria colombianas e coloca o país, irremediavelmente, na condição de colônia.

O tratado faz parte da estratégia dos Estados Unidos de viabilizar a ALCA a partir de acordos unilaterais com países da América do Sul, como o fez com o Chile, agora com a Colômbia e também o Equador, governado pelo coronel Lúcio Gutierrez, versão equatoriana de Lula: eleito para mudar, capitulou e caminha de quatro em relação a Washington.

Os americanos elegeram a Colômbia, o Chile e o Equador como bases principais para o controle da América do Sul. Ao mesmo tempo em que não disfarçam seus alvos: a Região Amazônica e a Tríplice Fronteira na Foz do Iguaçu, onde as reservas de água doce estão entre as maiores do mundo.

A decisão do presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, de enviar tropas brasileiras ao Haiti abre um grave precedente em relação ao nosso País, pois, dentre os planos, o célebre e já denunciado Plano Patriota dos EUA, está envolver o Brasil no conflito colombiano, abrir frentes de luta contra Chávez na Venezuela, aumentar o controle da região de Foz do Iguaçu, onde atuam agentes do Mossad (a Gestapo israelense) e do FBI, sob o argumento que ali existem terroristas palestinos.

A posição brasileira tem sido dúbia, muitas vezes equivocada e até agora se não foi dito nada contrário aos interesses norte-americanos, tudo tem sido feito para não azedar as relações com Bush.

A reeleição é outra das características neoliberais, em se tratando de América do Sul, para manter governos dóceis, e controláveis, como foi com FHC, com Menem, com Fujimori e querem agora que seja com Uribe.

Saíram as ditaduras militares, entraram as democracias, mas o jogo continua sendo jogado no campo do autoritarismo, da violência e a todo momento o juiz marca pênalti a favor dos donos, os norte-americanos.