Há um certo estupor com a reação de Saddam Hussein na primeira audiência de seu julgamento. Farsa montada pelos norte-americanos para ajudar na reeleição do líder terrorista da Casa Branca, George Bush. É bem verdade que a íntegra do depoimento do ex-presidente do Iraque foi liberada pelos serviços de informações das forças de ocupação. Em […]
Há um certo estupor com a reação de Saddam Hussein na primeira audiência de seu julgamento. Farsa montada pelos norte-americanos para ajudar na reeleição do líder terrorista da Casa Branca, George Bush.
É bem verdade que a íntegra do depoimento do ex-presidente do Iraque foi liberada pelos serviços de informações das forças de ocupação. Em princípio é suspeito. Só por isso.
Saddam não é homem capaz de gestos corajosos ou de dignidade. Em tese. Contra a parede o ex-presidente pode estar querendo construir a imagem de vítima, de grande condutor de seu país, colocado na situação de réu por conta dos interesses das grandes companhias de petróleo, parceiras do terrorismo de mercado.
Não tem mais o que perder. Pode estar querendo se salvar para a posteridade. Pela cabeça de gente assim passa qualquer coisa. Itamar Franco não acha que foi presidente do Brasil?
Faltam tiranos na Nuremberg de Bush. Falta o próprio, faltam Ariel Sharon e seus carrascos nazistas que governam Israel. Falta Pinochet. Faltam os generais paquistaneses que venderam seu país para que as forças dos Estados Unidos pudessem ter facilitado o caminho para o ataque ao Afeganistão.
Faltam os responsáveis pelo campo de concentração de Guantánamo.
Faltam os banqueiros, qualquer banqueiro, em qualquer lugar do mundo.
Faltam Dick Chaney, Donald Rumsfeld (que Barbra Streissand chamou de figura sinistra) e Condolezza Rice.
Falta Álvaro Uribe, líder terrorista colombiano. Falta o ex-presidente Jimmy Carter, arquiteto do golpe em marcha contra o governo bolivariano de Hugo Chávez.
E se o tribunal montado para julgar Saddam for além das denúncias de crimes contra os direitos humanos, for julgar corrupção, então falta meio mundo político.
Aqui entre nós, só entre nós, faltam Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga, Pedro Malan e outros. Muitos outros.
Quando terminou a primeira investida contra o Iraque, no governo do primeiro Bush, o presidente declarou que levaria democracia a todo o Oriente Médio e prometeu que o novo governo do Kwait seria eleito pelo voto direto dos cidadãos. Que haveria um parlamento e uma representação popular.
Deve ter pensado que parlamento e representação popular se restringe às companhias de petróleo e seus executivos. Ou a agentes da CIA.
Tony Blair, primeiro ministro inglês, uma espécie de governador dos interesses norte-americanos no seu país. Berlusconi, um mafioso que enfim levou a máfia ao poder na Itália.
O tribunal que julga Saddam Hussein é apenas a representação da lógica dos vencedores. Perversa, despótica, cínica.
Marlon Brando morreu. Um dos maiores atores da história do cinema, talvez o maior. No final de sua vida pagou o tributo de denunciar que grupos judeus controlavam Hollywood e faziam o cinema segundo a ótica dos interesses de Israel e das elites econômicas de seu país, os Estados Unidos.
Deixa a lembrança de Apocalipse Now, filme de Francis Ford Coppolla. Representa um oficial norte-americano que endoidou e passou a encarnar os ideários fascistas e mafiosos que caracterizam o império dos EUA.
E muitas outras. O que seria do Superman se seu pai, Jor-El não fosse Brando? E mesmo assim Lois Lane continua virgem.
A declaração do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein acusando Bush de criminoso é correta, mesmo feita por um tirano.
Os tiranos e criminosos se entendem. Falam a mesma língua.