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Governo reprime passeata contra reforma universitária

Fuentes: Rebelión

Estudantes das universidades públicas do Rio de Janeiro foram espancados pela Polícia em frente ao prédio do MEC (Ministério da Educação), onde realizavam ato público contra a reforma universitária determinada pelo FMI, determinação cumprida à risca pelo governo Lula. Gás lacrimogêneo, gás de pimenta e grossa pancadaria, caracterizam a ação policial, justo no dia que […]

Estudantes das universidades públicas do Rio de Janeiro foram espancados pela Polícia em frente ao prédio do MEC (Ministério da Educação), onde realizavam ato público contra a reforma universitária determinada pelo FMI, determinação cumprida à risca pelo governo Lula.

Gás lacrimogêneo, gás de pimenta e grossa pancadaria, caracterizam a ação policial, justo no dia que o presidente nacional do PT, José Genoíno, distribui um artigo, pelo site do partido, questionando as denúncias e acusações de autoritarismo contra o governo. Genoíno pergunta «quem tem viés autoritário?».

Não foi preciso esperar muito para saber a resposta: o governo Lula.

Oito estudantes tiveram que ser atendidos num hospital próximo do local e um deles com suspeita de fratura no braço. Um estudante chegou a ser levado num camburão para a Polícia Federal e só foi solto depois de localizado por dirigentes de uma das entidades que convocou a manifestação.

William Campos, do PT e delegado do MEC no Rio de Janeiro, no melhor estilo autoritário e prepotente que caracteriza os burocratas arrogantes do partido, donos do governo, proclamou alto e bom som para quem quisesse ouvir que o governo perdeu as eleições na ANDES (Associação Nacional de Docentes Universitário) por não ter jogado mais dinheiro na chapa aliada.

Essa prática, aliás, de tentar dominar o movimento sindical a partir do lulismo, mistura de messianismo com neoliberalismo, se estende a todas as categorias. Há poucos dias um dos sindicatos de metalúrgicos do ABCD paulista, região onde se concentram as grandes montadoras do Brasil, rompeu com a CUT e se desligou da entidade, vista como braço do governo. É também o berço de Lula. Berço político.

A manifestação não fugia à regra das muitas manifestações contra a reforma universitária, tocada pelo ministro Tarso Genro, era pacífica e é a primeira vez, em muitos anos, que a Polícia age com esse rigor contra estudantes.

Notas oficiais das entidades que convocaram o ato, professores, servidores e estudantes, dão conta da ação violenta e intempestiva da força repressora do governo.

Cada vez mais se acentua o caráter autoritário do governo federal. Se acreditando ungido e verdade única e absoluta, a ação governamental tem sido a de buscar inibir toda e qualquer forma de oposição que possa representar, por repercutir publicamente, perigo para Lula e seu grupo.

A reforma universitária é uma das exigências do FMI e que o governo segue sem pestanejar. A exemplo do que aconteceu com a reforma da previdência, a reforma tributária, mais o que vem pela frente: fim do décimo terceiro mês de salário e redução ainda maior nos direitos dos trabalhadores.

O ensino de terceiro grau no Brasil, hoje, é um paraíso para a iniciativa privada. Muitos proprietários de escolas privadas ou mesmo universidades, são políticos e usam o voto no Congresso como moeda de troca, bem ao estilo das políticas praticadas por FHC e mantidas por Lula.

No país inteiro, no meio de estudantes e professores, não existem mais dúvidas: o governo quer privatizar o ensino público universitário.

Espera-se, ironias à parte, que o presidente nacional do PT explique agora de quem é o viés autoritário.