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Liberdade de imprensa onde? Direitos humanos onde?

Fuentes: Rebelión

O senador John Kerry, candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, acenou para o eleitorado cubano do estado da Flórida, onde é governador Jeb Bush, irmão do líder terrorista que preside o país, afirmando que, se eleito, vai procurar os governos da América Latina para conseguir apoio ao projeto de derrubada de Fidel Castro. Deixando […]

O senador John Kerry, candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, acenou para o eleitorado cubano do estado da Flórida, onde é governador Jeb Bush, irmão do líder terrorista que preside o país, afirmando que, se eleito, vai procurar os governos da América Latina para conseguir apoio ao projeto de derrubada de Fidel Castro.

Deixando de lado a questão dos interesses norte-americanos, comete o mesmo e deliberado equívoco de todos os governantes de seu país desde a vitória da revolução em 1959. Não é o governo de Castro. Trata-se da revolução que transformou Cuba no principal instrumento de resistência ao terrorismo de mercado dos EUA em relação ao continente latino-americano. Sem fome, com saúde e educação para todos, nenhuma criança cubana desabrigada como volta e meia com toda a propriedade fala Fidel.

Kerry, em menos de dois dias, mostrou que sua letargia era aparente. Estava juntando forças para golpear George Bush. A escolha do senador galã/caipira John Edwards e as ameaças a Cuba mostram que o candidato quer ganhar e soube aproveitar um dos piores (se é que é possível ter pior) momentos do seu adversário republicano.

A imprensa latino-americana deu destaque às declarações do senador e candidato. Saudou-a com loas e tranqüilizou os donos dos negócios quanto ao futuro, caso venha a ser eleito. Alguns veículos de comunicação estão quase chegando a ponto de inventar, criar, a notícia/orgasmo.

Via de regra quando se trata de Cuba, sob constantes ameaças, ou de Chávez.

Se atentarmos para o noticiário dos últimos dias, tomando como exemplo o Brasil, é possível perceber com clareza que o assunto Venezuela foi banido para páginas menores, cantos, coisas assim. É que as pesquisas, inclusive de empresas norte-americanas, têm mostrado que a maioria do povo venezuelano está disposto a defender a revolução bolivariana.

Com toda a certeza a Fundação Carter está recolhida preparando o golpe capaz de reverter a vontade do povo da Venezuela. É corriqueiro isso entre nós. Recentemente foram ao Haiti, prenderam e deportaram o presidente, falaram em renúncia e contaram com o apoio de Lula. O Brasil está lá com tropas garantindo o golpe.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, sabe-se lá porque, um cochilo, ou talvez um acesso de vergonha, decidiu que os presos de Guantánamo têm direito a recursos no caso de condenações. Bush engoliu em seco. Como manter o campo de concentração? No duro mesmo parece joguinho para enganar trouxa. Bush e os seus juízes. Afinal, a maioria validou a fraude que elegeu o atual presidente.

O discurso dos líderes da organização terrorista Casa Branca já não dá tanta ênfase ao tema direitos humanos. Desde os abusos no Iraque, às barbaridades de Sharon na Palestina, os paramilitares e seu líder Álvaro Uribe, na Colômbia, o tema tem sido tratado discretamente pela imprensa.

Há pelo menos 200 crianças presas no Iraque. Um toque ali, outro aqui, e o tema só vem a baila quando não há jeito. Sofrem toda a sorte de abusos. Uma menina de 12 anos foi exposta nua a soldados que «libertam» o país.

A Editora Abril vendeu parte de seu controle para um fundo dos Estados Unidos. Na prática isso significa o seguinte: os caras ficam com um percentual mínimo, mas com o capital que injetam mandam e desmandam. Com raras exceções tem sido assim nos principais veículos de comunicação do Brasil. A Globo já nasceu assim.

A Abril edita a Veja. A que embarcou na história que determinados procedimentos faziam vaca dar leite colorido. Isso é o mínimo. É porta voz dos bancos. Do sistema financeiro.

O jornal Estado de Minas, um dos últimos órgãos (palavrinha desgraçada) dos Diários Associados, império de Chateaubriand, censurou artigos do professor Fernando Massote, seu colaborador por 23 anos, por criticarem o governo Aécio Neves.

Aécio tem o controle dos principais jornais, revistas, rádios e tevês de Minas. Custa caro, mas quem paga são os mineiros. Logo, para ele é barato. É governador pelo simples fato de ser neto de Tancredo. Do contrário nem síndico de prédio seria. Tucano escorregadio como enguia, esperto como ninguém. Lula acreditou nele e o PB (Partido dos Bancos), ex-PT, já começa a dar adeus à Prefeitura da capital de Minas.

No jogo da seleção brasileira contra a Argentina, no Estado, mandou aviões buscar convidados, promoveu rega-bofe, tudo com dinheiro público. Nenhuma notícia. Só em colunas sociais, o evento juntando famosos, famosas, os tais 256 mais importantes. É candidato a presidente. Aceita ser em 2010 mas, se derem bobeira sai agora mesmo, em 2006.

Liberdade de imprensa e direitos humanos são quimeras produzidas pelo terror de mercado e o controle da comunicação é fundamental e decisivo para isso.

O sujeito hoje é compelido a acreditar que determinado banco é bonzinho, como se isso fosse possível. Que malhar diariamente, ou que tantos abdominais, aquelas máquinas que a tevê a cabo vende, fazem sumir barrigas, protuberâncias, desde que não sejam as da Juliana Paes, fundamentais ao equilíbrio, à democracia e à liberdade.

É bem possível que sejam noutro plano e se não forem de plástico.

A comunicação como se vê, desde Kerry, passando por Bush, chegando a Aécio, sem falar no longuíssima metragem de Duda Mendonça, é instrumento do capital, dos donos. Não importa que Marta Favre esteja comendo sanduíche de mortadela, ou que José Maluf Serra esteja com os olhos arregalados ao passar frente a uma casa de shows eróticos.

Importa é o sucesso, como dizia uma infeliz que durante quatro anos exerceu o mandato de vereadora em sua cidade sem ter a menor noção do que seja dia ou noite. Só o sucesso. Luzes, câmera e ação.

Mais de mil inscrições por hora para um reality show da tevê brasileira. É o resultado da liberdade de imprensa e dos direitos humanos segundo a ótica dos Murdochs, Cisneros, Marinhos, etc, etc, da vida.