Recomiendo:
0

Lula e Aécio são responsáveis pelo assassinato dos camponeses de Felisburgo

Fuentes: Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas

Há mais de dois anos os camponeses de Felisburgo, do Acampamento Terra Prometida, denunciavam os ataques e ameaças de pistoleiros. Há mais de três anos os camponeses de Felisburgo, do Acampamento Terra Prometida, estavam acampados, e nenhuma solução lhes foi dada. E as terras em que estavam eram devolutas, terras públicas, griladas pelo latifundiário Chafik. […]

Há mais de dois anos os camponeses de Felisburgo, do Acampamento Terra Prometida, denunciavam os ataques e ameaças de pistoleiros.
Há mais de três anos os camponeses de Felisburgo, do Acampamento Terra Prometida, estavam acampados, e nenhuma solução lhes foi dada. E as terras em que estavam eram devolutas, terras públicas, griladas pelo latifundiário Chafik.
Agora, todos tiram o corpo fora, dizem que fizeram sua parte, que vão punir os responsáveis pela chacina, mandar polícia federal, força tarefa, etc. Bando de canalhas e mentirosos. Suas lágrimas são lágrimas de crocodilo, que choram antes de devorar suas vítimas!

Porque Lula é responsável pela tragédia?

Lula, apesar de prometer, não revogou o decreto de FHC que criminaliza a luta pela terra. Não cumpriu nem seus vergonhosos acordos de «assentamento» de 115.000 (cento e quinze mil famílias) em 2004 com o MST. Reduziu o prazo do resgate dos TDA´s, Títulos da Dívida Agrária, transformando a desapropriação de terras para a Reforma Agrária em um negócio vantajoso para o latifúndio improdutivo, além de elevar o preço de terras às alturas. Além disso, se tornou garoto propaganda do agronegócio, o novo nome do latifúndio para esconder sua folha corrida de crimes e exploração brutal do campesinato, sob uma suposta industrialização do campo que se assenta em mão de obra muitas vezes escrava, e uma vocação exportadora de produtos primários que certamente encheriam de orgulho a corte portuguesa do Brasil colônia.

Porque Aécio é responsável pela tragédia?

As ações policiais de despejo dos camponeses em 2003 e 2004 têm sido acordadas no gabinete do governador Aécio Neves, entre ele, latifundiários e seu gabinete militar. Aécio desmontou o Iter, transformado em apêndice de uma Secretaria Fantasma, a Secretaria Especial de Reforma Agrária, e paralisou completamente até as poucas ações iniciadas no governo anterior que tinham o objetivo de recuperar terras devolutas. Aécio se reuniu e posou para fotos com latifundiários que formam e defendem milícias armadas no Norte de Minas. Aécio é peça fundamental para pressionar o judiciário a emitir ordens de reintegração de posse.

Aécio e Lula apoiaram a candidatura a prefeito de Unaí do latifundiário Mânica, acusado de ser co-mandante do assassinato dos funcionários da DRT.
Lula fez aprovar a LEI DO DESARMAMENTO, e Aécio a faz cumprir para seus interesses de classe, com o devido apoio de juízes e prefeitos.
O que acontece é que o Estado desarma os camponeses, não faz Reforma Agrária, e os latifundiários atacam como, onde e com as armas que querem.
Em Manga em setembro deste ano, camponeses foram atacados por latifundiários, e depois foram réus de mandatos de busca e apreensão, sendo que três camponeses ficaram presos por duas semanas.
Em Cachoeirinha, Verdelândia, agora mesmo em outubro antes de uma audiência na justiça, a Polícia Militar cumpriu mandato de busca e apreensão no Acampamento Vitória, que fica em terras devolutas reconhecidas como tal desde que Tancredo Neves foi eleito governador em 1982. A PM ameaçou crianças, roubou víveres de camponeses que não estavam em seus barracos, apreendeu algumas polveiras velhas e fez prisões, quando todos na cidade sabem quem são os pistoleiros e o calibre de suas armas. Só que estes não foram importunados, porque têm íntima ligação com os comandos militares locais.
Em Manga, no ano passado, camponeses foram atacados do mesmo modo que os camponeses de Felisburgo foram agora, e a tragédia só não foi maior porque uma polveira certeira paralisou o ataque dos pistoleiros.
É isto que o Sr. Nilmário Miranda chama ser uma situação pacífica? Atentem os que ainda são livres para pensar! Nilmário Miranda é o mesmo que impede a abertura dos arquivos da ditadura militar, é o mesmo que manejou para fracassar a busca dos corpos dos guerrilheiros do Araguaia, muitos dos quais assassinados do mesmo modo que o iraquiano ferido assassinado pelos «marines» norte-americanos em cena que chocou e indignou o mundo na semana passada.
Quanto às negociações que dizem ser praxe em Minas, os fatos recentes de Patrocínio demonstram o seu caráter anti-povo e de manutenção de privilégios. Quatro camponeses foram presos e condenados a dois anos e dois meses de prisão, agora em novembro, após atacados, no dia 19 de agosto, por policiais militares, torturados e feridos por tiros da PM. A ação foi acobertada pelo INCRA e o Ministério Público, sendo que o primeiro justificou o ataque militar afirmando que os 80 camponeses atacaram os mais de 300 policiais fortemente armados que os cercavam, e o Ministério Público se calou após um parecer sem-vergonha da Promotora Maria Elmira de que a ação policial se justificava por questões «ambientais».
Agora todos choram, compungidos prometem apurar o crime. Falam de polícia, etc., etc., etc. Mas não falam de acabar com o latifúndio. Não falam de acabar com a criminalização da luta pela terra. Não falam de acabar com os despejos de camponeses das terras. Não falam do silêncio em que ficaram todo esse tempo. Não falam da boa convivência e dos acordos de Lula e Aécio que levaram o terror para o campesinato pobre nestes últimos dois anos. O latifundiário e sua classe não são os únicos responsáveis por mais esse crime. O Estado e seus gerentes também o são!
Nos solidarizamos com os companheiros do MST do Acampamento Terra Prometida no Vale do Jequitinhonha. E conclamamos todos os honestos e de bem a se unirem para apoiar a luta pela terra, pela destruição de todo o latifúndio, e por uma Nova Democracia, Terra, Pão e Justiça!

O povo quer terra, não repressão!
Conquistar a Terra, Destruir o latifúndio!
Terra, Pão, Justiça e Nova Democracia !

Jaíba, 22 de novembro de 2004