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Ministro latifundiário manda recado para Lula

Fuentes: Rebelión

O ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, principal agente do latifúndio no governo Lula, mandou hoje um claro recado ao presidente da República sobre a necessidade de Medida Provisória para assegurar o plantio de transgênicos. É que a data para o início desse plantio é o dia 10 de outubro e os novos senhores do Brasil […]

O ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, principal agente do latifúndio no governo Lula, mandou hoje um claro recado ao presidente da República sobre a necessidade de Medida Provisória para assegurar o plantio de transgênicos. É que a data para o início desse plantio é o dia 10 de outubro e os novos senhores do Brasil lulista não querem correr o risco de prejuízos.

O recado do ministro foi logo após um encontro com lideranças empresariais em São Paulo. Roberto Rodrigues, publicamente, assegurou aos parceiros que o assunto será resolvido pelo governo a tempo, seja pela via da Medida Provisória, seja pela aprovação da Lei de Biossegurança pelo Senado. Como essa hipótese está descartada, pelo menos por enquanto, o assunto só deve voltar à pauta ano que vem, o ministro parece ter a certeza da Medida Provisória.

Medida Provisória foi um instrumento criado pelo Congresso Nacional Constituinte para casos de emergência, calamidades, a ser usado pelo Executivo até deliberação do Legislativo. Virou presença corriqueira nos atos de governo, desde a vigência da Constituição de 1988 e, na prática, torna secundário o papel do Congresso, pois confere ao Executivo poder legislar também.

Ao tempo da ditadura militar se chamava Decreto-lei.

Presta-se a verdadeiras aberrações do ponto de vista jurídico e constitucional, como virou moeda de troca entre parlamentares e presidência, sempre que tranca a pauta de votações no Congresso e coincida com matérias consideradas importantes e urgentes pelo governo. É que pelo que dispõe a Constituição as MPs vigem por determinado prazo e se não votadas pelo Congresso perdem seu efeito. Para votar e destrancar pautas, verdadeiras operações mesadas são desfechadas. Isso vem desde os tempos de Sarney. E, curiosamente, quando em campanha, quer dizer, candidatos, todos os ex-presidentes foram críticos do que chamavam, o verbo no passado, de abuso.

Em tese não podem ser reeditadas. Na verdade isso acontece cotidianamente, nos artifícios que Jobim, Ellen Gracie e outros usam no Judiciário para não prejudicar o que o ministro presidente do ex-STF (Supremo Tribunal Federal), atual Secretaria Judiciária do Executivo, repito, o que Jobim chama de governabilidade.

O ministro da Agricultura disse aos empresários que não precisam se preocupar, que o assunto será resolvido a tempo. O cultivo de transgênicos no Brasil vem sendo feito pelo latifúndio associado a empresas como a Monsanto desde o início do governo FHC. Nunca se importou com o assunto embora soubesse. Faz parte dos quadros dos de servidores dos acionistas do Estado brasileiro.

Em seguida, ou seja, após garantir que vai haver o plantio, diz que a matéria está sendo objeto de decisão da presidência sobre se MP ou votação da lei no Congresso. Lula fez chegar à imprensa, pelo menos alguns ministros disseram isso, que não iria decidir um assunto dessa magnitude por Medida Provisória. Mas vai. Não governa coisa alguma, é pau mandado do esquema neoliberal que mantém o controle do Estado brasileiro. O ministro Roberto Rodrigues já deixou claro em seu recado que não admite decisões contrárias à Ku Klux Klan brasileira.

No início do seu governo abriu as portas/pernas para os produtores de transgênicos, mesmo sem qualquer amparo legal para a turma. A única reação, falo de poder público, veio do governador do Paraná, Roberto Requião, que não autorizou o embarque de soja transgênica no porto de Paranaguá em seu Estado.

A revista Veja desta semana, principal porta voz do grupo que controla o Estado brasileiro, dentre eles latifundiários, exibe os novos propulsores do progresso, da grandeza e do talento empresarial brasileiros: os homens do agro-negócio.

Os brasileiro bem sucedidos.

O País, em pleno século XXI, retorna à condição de mero produtor agrícola. Dados revelam que há uma desindustrialização no Brasil. Veja saúda isso como progresso. Fala de gente de campo mostrando que o atraso que se atribui a produtores rurais desapareceu. Entre outras coisas a rede mundial de computadores contribui para transformar barões de terra em homens antenados com o mundo da alta tecnologia.

Sobre trabalho escravo, prática corriqueira dos parceiros do ministro Roberto Rodrigues nem uma palavra. Até porque, do ponto de vista deles, os donos, a abolição foi mero jogo de cena, só mudança na forma da exploração dos trabalhadores.

A alta tecnologia, no caso, é fator que aprimora também a selvageria da qual se vale o latifúndio, tanto para impedir a reforma agrária, como para manter intactos cartórios que controlam desde a força policial em cidades, estados, prefeitos, governadores, deputados, senadores, juízes, etc.

É o Brasil rumo ao século XIX. Breve Lula vai inaugurar um saloon em Brasília. E com os herdeiros de Wyatt Earp, Doc Holliday, Jesse James, Billy the Kid. Vão chegar em diligência da Wells Fargo, com Búfalo Bil no comando. O avô de Bush, o tal nazista, vem empalhado mas vem.