Recomiendo:
0

O 11 de setembro, três anos depois

Fuentes: Rebelión

É difícil precisar todas as conseqüências do atentado de 11 de setembro. Há que se passar mais tempo para que se possa ter uma visão correta, ou próxima disso, sobre a derrubada das torres gêmeas do World Trade Center. O que não impede que as mais imediatas sejam detectadas e ensejem chances de se aventurar […]

É difícil precisar todas as conseqüências do atentado de 11 de setembro. Há que se passar mais tempo para que se possa ter uma visão correta, ou próxima disso, sobre a derrubada das torres gêmeas do World Trade Center. O que não impede que as mais imediatas sejam detectadas e ensejem chances de se aventurar sobre o fato e suas implicações para os Estados Unidos (principalmente) e para o resto do mundo.

A primeira imagem que vem à memória, além da dos aviões explodindo contra as torres, é a de George Bush sendo avisado que o país estava sendo atacado. Continuou lendo como se nada estivesse acontecendo, pelo simples que não tem a menor noção de coisa alguma se Condolezza Rice não estiver por perto para interpretar seus instintos.

Dessa imagem decorre também a primeira pergunta? Como é possível George Bush ter chances concretas de reeleição?

Uma outra lembrança se me ocorre. George Patton, um notável general da II Grande Guerra, norte-americano, fascista até a alma, que esbofeteou um soldado num hospital de campanha. O dito estava ali por conta de uma crise de nervos, ao contrário dos muitos feridos. O general achava que crise de nervos era covardia.

Patton morreu em condições ainda inexplicadas como comandante militar de Berlim Ocidental. Tinha sugerido a Eisenhower que as tropas aproveitassem o ensejo para chegar a Moscou e «destruir esses comunistas fdp». O soldado esbofeteado, ao qual Patton foi obrigado a pedir desculpas, morreu como faxineiro de um prédio numa cidade dos EUA.

A julgar pelo passado militar de Bush, Patton o teria esbofeteado. Escudado no poder da família, foi para a Guarda Nacional e assim não precisar lutar na guerra do Vietnã.

Os Estados Unidos são um país regido pelo nazismo, com nuances democráticas, dentro do que se chama «democracia cristã e ocidental», desde que James Monroe proclamou a célebre doutrina «a América para os americanos» e Theodore Sorensen Roosewelt traduziu isso por «big stik».

Um nacional socialismo com uma Hollywood.

Em dados momentos políticas mais leves, ou parecendo tal, noutros o «choque e terror» de governos como o de Bush.

De imediato o 11 de setembro deu todos os pretextos a um governo que precisa de todos os pretextos. Para invadir o Iraque, obsessão presidencial e, de quebra, derrubar o regime Talibã no Afeganistão. Em seguida espalhar terror por todo o resto do mundo.

O terrorismo do antigo aliado Osama bin Laden respondido com o terrorismo de mercado.

O que sugeria um governo enrolado em sua própria incompetência, acabou sendo um governo paladino das liberdades democráticas, garantia do destino daquela nação, de levar ao resto do mundo o peru no dia de ação de graças. E o Superman, o Spider Man, o Acquaman, a coca cola, o McDonnald’s, além evidente de filmes pornográficos para os iraquianos.

A história dos Estados Unidos é uma história de pilhagens. De guerras de conquistas. De territórios anexados pela via militar. De pressões econômicas sobre o resto dos países no mundo, sobretudo na América Latina, por alguns ditas «Latrina».

O 11 de setembro permitiu a Bush uma sobrevida política que não teria em condições normais, até porque não ganhou as eleições. Perdeu-as no voto majoritário e venceu-as na fraude em distritos no Estado da Flórida, governado por seu irmão Jeb. A mágica do Colégio Eleitoral.

Estimulou ao limite da insanidade a obsessão dos norte-americanos com segurança e em decorrência dessa preocupação, do antiamericanismo existente em todo o resto do mundo, à crença que Bush é uma versão cristã de Maomé. O profeta divino.

A ação terrorista do governo do IV Reich é visível entre nós na Colômbia. Sustenta uma ditadura de um narcotraficante, Álvaro Uribe. Nas tentativas de golpes, contra o governo bolivariano de Hugo Chaves, na Venezuela. Na paranóia da presença de terroristas em Foz do Iguaçu, a chamada tríplice fronteira (Brasil, Argentina e Uruguai).

E na crescente ocupação de territórios estratégicos a pretexto de bases militares. O Equador. A tentação de controle da Amazônia Ocidental, pronta para ser completamente entregue no plano de privatização anunciado pelo governo de marketing de Lula.

Ou na ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) que, a despeito das reações oficiais, vem sendo implantada no varejo, como quem toma mingau comendo as bordas até poder chegar ao centro do prato.

Numa outra direção, o 11 de setembro mostrou de fato a vulnerabilidade dos Estados Unidos. Ataque no próprio território continental do país.

Por detrás de Bush estão os grandes negócios. O mundo do mercado. Petróleo, armas, água, o chamado livre comércio. Uma recente decisão da OMC (Organização Mundial do Comércio), braço político do terrorismo de Washington, deu ao Brasil o poder de retaliar os EUA. Mais ou menos como cadeira para jacaré assentar.

Uma pesquisa divulgada esta semana mostra que em 30 países do mundo, os considerados mais importantes, Bush seria derrotado por John Kerry. Isso só reforça a posição do terrorista da Casa Branca. Aumenta a crença que cabe ao povo e ao enviado de Deus libertar o mundo dos impuros.

Por detrás disso o preconceito. Visível no muro que separa a fronteira com o México e nas constantes mortes de mexicanos e latinos que tentam entrar clandestinamente no país do Tio Sam.

Ou nas torturas aplicadas a iraquianos logo após a guerra e no processo de ocupação. Em Guantánamo, pedaço de Cuba mantido à força pelo terror de mercado.

Na recusa em aceitar o Tribunal Penal Internacional e as pressões sobre países que assinam o tratado e permite que sejam processados, julgados e punidos criminosos como Bush, ou Sharon, tanto quanto Saddam Hussein. Ou Pinochet, o general fascista que tem 4 milhões de dólares em bancos dos EUA.

Três anos depois o 11 de setembro pode assegurar a reeleição de um mentecapto para a presidência dos Estados Unidos.

Quando Mao Tse Tung disse que o «imperialismo é um tigre de papel», talvez estivesse querendo dizer exatamente isso: uma grande produção dos estúdios de Hollywood, cheia de efeitos especiais, mas bombas devastadoras e um apetite incomensurável para a barbárie.

Só assim se explica George Bush.