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O desemprego (dos petistas) segundo o PT

Fuentes: Rebelión

São dois os níveis em que a situação tem sido tratada. Falo do desemprego de petistas derrotados nas eleições municipais, como da ação de deputados e senadores para empregar cabos eleitorais em municípios onde o partido elegeu prefeitos. Lula tem pela frente uma reforma ministerial. Não tem a menor idéia do que fazer e nem […]

São dois os níveis em que a situação tem sido tratada. Falo do desemprego de petistas derrotados nas eleições municipais, como da ação de deputados e senadores para empregar cabos eleitorais em municípios onde o partido elegeu prefeitos.

Lula tem pela frente uma reforma ministerial. Não tem a menor idéia do que fazer e nem sabe como começar ou acabar. Há uma sensação de vazio de poder, na medida que o presidente se parece com aqueles bonecos infláveis e neste momento está vazio. O homem que soprava e enchia, o ministro José Dirceu, tenta, desesperadamente, trocar os pneus furados do seu carro, o Gabinete Civil.

Há um consenso que os gaúchos têm ministérios demais e a idéia era rifar Olívio Dutra, até para ceder às pressões da mão direita, no caso Roberto Rodrigues, Luís Fernando Furlan, Palocci e Meireles. O desempenho pífio de Tarso Genro e a constatação que o ministro é o político gaúcho mais rejeitado hoje, falo dos que integram o PT, pode acabar na saída dos dois.

E, ainda assim, sobra Rosseto. Ex-vice-governador de Olívio. E tem mais.

A mão direita que embala o presidente quer ver o chanceler Celso Amorim fora das decisões mais importantes de política externa, ou, se for o caso, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário geral do Itamaraty, sem poder algum.

Como é a mão mais forte e que tem se manifestada com mais freqüência, é provável que Samuel dance, desde que isso não signifique a saída de Amorim. Essa só em último caso.

É nesse contexto que a reforma ministerial está sendo oferecida a Lula. A crítica pública do presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, à política econômica, citando, nominalmente, Palocci e Meireles, vai custar a cabeça do dito cujo.

A impressão que se tem é que Lula correu para dentro do banheiro, foi onde se mostrou estupefato ainda no governo FHC («um dia isso aqui vai ser tudo seu Lula») e não quer sair de lá.

O governo, neste momento, acabou. Se vai ressuscitar é outra história. Muito difícil.

Noutra ponta, deputados e senadores buscam emplacar cabos eleitorais como secretários, assessores, o diabo, nas prefeituras onde o PT se manteve, ou vai governar como resultado das eleições de outubro.

No caso de Minas a coisa ganha contornos capazes de fazer inveja a qualquer tucano ou pefelista da vida. O deputado Durval Ângelo, ligado à Igreja Católica, mostra um apetite fora do comum para cargos e benesses em se tratando de cabos eleitorais.

A bem da verdade sequer trabalhou para candidatos a prefeitos que não rezassem em sua cartilha por antecipação explícita e assinada. Fez figuração. Preocupou-se em eleger vereadores/cabos eleitorais e agora quer emprego para sua turma.

Sem favor algum, disputa com Maria do Carmo Lara o título de pelego do ano. Permeia vários mandatos através de representantes do seu grupo, controla até deputados federais e quer dar um salto: sair da Assembléia Legislativa para a Câmara Federal.

Em se tratando de empregos para amigos e correligionários, levando em conta o processo interno de eleições no PT no próximo ano, é campeão. Como gostam de dizer os petistas: um trator. Mas em cara de pau. Promove um razzia no PT afastando adversários.

E com um discurso pronto: «prefeito no primeiro ano de mandato precisa de deputado». Como anda sempre com um vidrinho de água benta para abençoar os seus, acaba sendo a versão católica de Garotinho e outros que tantos.

Uma expressão usada pelos norte-americanos, pato manco, para referir-se a políticos em fim de carreira, neste momento, cabe a Lula. Se vai voltar a andar é outra história. Parece que alguns do esquemão começam a entender que a direita prefere originais a cópias.

Está aí o preposto do latifúndio e bancos, o governador Germano Righotto (não pensa e nem anda ao mesmo tempo, ou separadamente sem comando remoto), pedindo que o partido saia do governo, é o PMDB.

Já têm prontinho um esquema para um original.

O único desemprego que Lula está resolvendo é o de petistas. O resto continua na mesma.

O próprio, como está, César Benjamin já advertiu, pode ficar desempregado em 2006.

Quem vai pagar o preço desse retrocesso todo, inclusive o próprio governo Lula, um passo atrás, isso é outra história. O enigma que vai ter que ser decifrado.