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O homem do ano

Fuentes: Rebelión

Que a revista Time tenha escolhido George Bush o homem do ano não é surpresa. Time é e sempre foi um dos braços mais importantes do nazi-fascismo norte-americano nos anos que se seguiram ao final da II Grande Guerra. A justificativa, no entanto, é disparatada, mostra que os chamados grandes veículos de comunicação perderam o […]

Que a revista Time tenha escolhido George Bush o homem do ano não é surpresa. Time é e sempre foi um dos braços mais importantes do nazi-fascismo norte-americano nos anos que se seguiram ao final da II Grande Guerra.

A justificativa, no entanto, é disparatada, mostra que os chamados grandes veículos de comunicação perderam o senso mínimo do ridículo e nem estão aí para o que quer seja, que não o lucro nosso de cada dia.

Segundo a Time Bush é um revolucionário em seu país e que está propondo um novo modelo de nação, acorde os tempos atuais.

Que os norte-americanos de um modo geral tenham dificuldades para compreender algo além do jogo de basquete, do futebol americano e dos filmes de Rambo tudo bem. Sempre houve, no entanto, um certo cuidado em se revelarem por inteiro.

Caiu por terra. É o efeito Bruce Willy. O sujeito destrói um Word Trade Center inteiro mas captura os bandidos e ainda sai abraçado à mocinha.

Uma vez perguntaram a Gandhi o que ele achava do cristianismo. O Mahatma respondeu: «aceito o vosso Cristo, não aceito o vosso cristianismo».

Por detrás da escolha de Bush há um processo de construção do que não existe. Uma liderança. É medíocre, montada sobre farsas e fraudes, mas um terror vivo e sentido no dia a dia dos iraquianos, dos afegãos, dos palestinos, dos colombianos, dos haitianos (com a cumplicidade do governo brasileiro), sem falar no próprio líder do IV Reich, sensível ao puxa- saquismo. Do tipo que acredita serem verdades escolhas como essa.

O canal A&E, com sede nos Estados Unidos e difundido em todo mundo pelas redes de tevês pagas, promove a escolha do homem do ano, nos moldes da Time. Exibe uma chamada com nomes de personalidades e em cada flash o de Bush é o mais destacado. Sugerido nas entrelinhas, como gostam de dizer alguns.

O que espanta na ascensão e no poder de George Bush é que os norte-americanos perderam de vez qualquer vestígio, sequer alimentam veleidades, de propósitos que não sejam imperialistas, se fundem no terror militar e se impõem ao mundo como verdade absoluta.

O desprezo pleno pelo resto. A convicção da superioridade e da tarefa de espargir liberdade por todos os cantos. Tem que ser lucrativa, tem que abrigar companhias de petróleo e tem que ostentar letreiros da coca cola.

O pouco que sobra de resistência se vê censurado, perseguido, o caso da proibição da viagem de James Petras a Cuba.

A decoração de natal da sede de uma representação dos EUA em Havana e a provocação gratuita. Setenta e cinco condenados em julgamento público por crimes contra o País, a soldo de Washington, sem qualquer lembrança dos campos de Guantánamo e do Iraque, ou do Afeganistão.

Foi preciso que o governo cubano mostrasse a barbárie real.

Aznar comprou uma das medalhas que os EUA distribuem a aliados. A Time deve ter levado um bom dinheiro para aceitar se prestar a esse tipo de papel, mesmo para uma revista sem escrúpulos.

É a lógica do capitalismo. As catedrais não são feitas para humanos. Os campos de concentração sim. Quem não tem prêmio Nobel caça com homem do ano da Time.

A grande discussão nos Estados Unidos é a preguiça de Rumsfeld em não assinar os comunicados de mortes na chacina contra iraquianos. Carimba uma assinatura. Tem que assinar do próprio punho para que as pessoas coloquem em molduras e nas paredes os quadros dos «nossos rapazes».

Quantas vezes revistas alemãs não terão escolhido Hitler como homem do ano. É um dado interessante para ser levantado.

Um terrorista enviado pelos céus para libertar o mundo dos demônios. Pior que isso só o partido da Igreja Universal que estão anunciando no Brasil.