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O poder dos bancos e do latifúndio no mundo de Lula

Fuentes: Rebelión

O Banco Brasileiro de Descontos, BRADESCO, o segundo maior banco privado do País, anunciou um lucro de 752,3 milhões de reais no terceiro trimestre do ano, 33% a mais que os 564 milhões de reais que no segundo trimestre. A soma do ano atinge a impressionante cifra de 2 bilhões de reais, considerada histórica para […]

O Banco Brasileiro de Descontos, BRADESCO, o segundo maior banco privado do País, anunciou um lucro de 752,3 milhões de reais no terceiro trimestre do ano, 33% a mais que os 564 milhões de reais que no segundo trimestre. A soma do ano atinge a impressionante cifra de 2 bilhões de reais, considerada histórica para o banco.

Os bancários encerraram há poucos dias uma greve nacional onde pretendiam aumentos mínimos se observada a realidade salarial dos bancos privados do Brasil. Não conseguiram o pretendido e as negociações se arrastam até hoje.

O Banco Central, o maior banco privado brasileiro, divulgou nota onde adverte para o risco de aumento da taxa de inflação prevista para o próximo ano e culpa a PETROBRAS caso esse aumento venha a acontecer.

Terminado o processo eleitoral uma das primeiras providências do governo Lula deve ser oficializar o que já existe na prática: a autonomia do Banco Central. Um governo paralelo pelo que se observa da nota do COPOM (Conselho de Política Monetária) sobre o aumento da taxa de juros e as perspectivas de novos reajustes para cima. Os especialistas, via de regra na arte de enganar trouxa e proporcionar lucros como os do BRADESCO, chamam isso de «viés de alta».

O vilão é o petróleo.

Boa parte dos lucros do BRADESCO resulta das tarifas cobradas a clientes e crédito com desconto em folha. Tanto um quanto outro são escorchantes. Em qualquer lugar decente do mundo, casos de polícia.

Banqueiros não têm mãe. São clones gerados em porões. Sejam os de Wall Street, sejam os do Banco Central do Brasil. No mundo da ficção cinematográfica e num tema recorrente em muitos filmes são como mutantes. Acompanham a humanidade desde tempos imemoriais e o autor Erich Van Danniken, que escreveu o best seller «Eram os Deuses Astronautas», passou perto da verdade.

Os deuses são banqueiros. Ou trabalham para eles.

Um grupo de sem teto num município de Minas Gerais necessitaria de 80 mil reais para solucionar o problema de condições mínimas de sobrevivência. Só o PT de Lula gastou 150 mil em dois shows, um de Leonardo, outro de Vanessa Camargo, para apoiar um candidato do PTB que responde a vários processos por corrupção.

Fala-se que, pela lealdade e pela capacidade de trabalho (sic), o presidente nacional do partido, Roberto Jéferson, será ministro na reforma que se prepara ou para o final do ano, ou início de 2005.

Marta está sete pontos percentuais atrás de José Serra. O tempo é curto, trabalha contra a candidata do PT e o debate de sexta-feira entre os dois será fundamental para a prefeita. Um dado novo pode ajudá-la: Marta está ganhando contornos de vítima no processo sucessório em São Paulo.

Um advogado de sobrenome Forbes, tem banco com esse nome, colocou uma faixa à porta de sua casa, vizinha à de Marta, dizendo que não votava nela por ser petista e corrupta. A justiça mandou que a faixa fosse retirada e, certamente, o dito cujo vai pagar uma boa indenização à prefeita. Mas serviu, segundo alguns analistas, para caracterizar a candidatura de Serra como a candidatura dos ricos.

É um dado, existem outros. O IBOPE, instituto ligado à GLOBO e especialista em erros e palpites bem remunerados, acha difícil uma virada.

Em Porto Alegre, no entanto, o dado é mais explosivo. Uma testemunha contou que deixou a campanha de José Fogaça por ter sofrido assédio sexual do seu chefe, trabalhava no comitê do candidato da direita e por ter percebido que a violência era planejada e fazia, como faz, parte da estratégia contra o candidato Raul Pont.

O governador Germano Righotto, do PMDB, figura política inexpressiva, produto do acaso e corrupto, já disse que após as eleições quer o partido fora do governo. Righotto é hoje o principal ventríloquo (não fala e anda ao mesmo tempo, não consegue, tropeça e cai, ou uma coisa ou outra) da extrema-direita no Sul do País e sua fala sinaliza que dá como certa a vitória de José Fogaça. São claros os indícios, apesar do IBOPE e dos meios de comunicação em Porto Alegre, que a eleição empatou e marcha para um desfecho imprevisível.

O ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, designado pela MONSANTO para o cargo, está tentando burlar, faz isso desde o primeiro momento no governo, como sempre fez fora dele, a decisão do governo do Paraná de impedir o trânsito de sementes ou grãos transgênicos naquele Estado.

Sem freios, com poderes que escapam ao controle do presidente Lula, responde direto à MONSANTO, o ministro fala de tudo até de boa vida e sexo.

O Brasil de Lula é o Brasil dos latifundiários e dos bancos. O presidente pode terminar seu mandato como Itamar Franco. Acreditando que presidiu alguma coisa, enquanto as cordinhas eram manipuladas por gente como Henrique Meireles e Palocci (economia), Rodrigues e Furlan (comércio e agricultura).

O dito leão do governo, o ministro José Dirceu ou está desdentado ou não sabe onde colocou a dentadura.

Um grupo de militantes petistas pediu hoje a instalação de comissão ética contra o presidente do partido, José Genoíno. Quer que ele explique o desrespeito a decisões de bases do partido e determinadas alianças. Genoíno atropelou e continua atropelando diretórios estaduais e municipais na ânsia de mostrar que o 13 agora virou 14, número do PTB.

Lula deveria buscar tomar conhecimento de algumas conclusões de grupos de especialistas em relações governo petista e iniciativa privada, sobretudo bancos: o governo faz tudo o que os caras querem, mas mesmo assim preferem os originais. A margem de risco é menor.

Uma recomendação que deveriam fazer ao presidente: se Bush ganhar, lá também a coisa está mudando, pelo menos parece, segurar o ímpeto de mandar logo um telegrama ou telefonar cumprimentando. Deve esperar que Uribe o faça primeiro, tem precedência. E, pela ordem, antes dele, Lúcio Gutierrez e Lagos.