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Os protestos de rua

Fuentes: Rebelión

Cerca de 10 mil estudantes, professores e sindicalistas protestaram em Brasília contra as reformas pretendidas pelo governo Lula. A universitária, a sindical e a trabalhista. Fazem parte da agenda do FMI e do Banco Mundial para países como o Brasil. Trabalhadores rurais sem terra protestam pelo País inteiro. Lula não cumpriu a agenda mínima para […]

Cerca de 10 mil estudantes, professores e sindicalistas protestaram em Brasília contra as reformas pretendidas pelo governo Lula. A universitária, a sindical e a trabalhista. Fazem parte da agenda do FMI e do Banco Mundial para países como o Brasil.

Trabalhadores rurais sem terra protestam pelo País inteiro. Lula não cumpriu a agenda mínima para a reforma agrária, a que dizia ser possível. Mas cumpriu a da Monsanto via ministro Roberto Rodrigues.

No caso específico da reforma universitária o que o governo pretende fazer é criar a sensação que democratiza a universidade pública, enquanto joga os recursos no ensino privado através das isenções e facilidades, também no pressuposto que garante acesso às pessoas de baixa renda.

O ministro Tarso Genro, da Educação, vende qualquer peixe desde que esteja em algum cargo. Não há limites para seu oportunismo e muito menos para sua ação errática. Já defendeu pontos de vista contrários aos que hoje defende.

A universidade pública no Brasil padece dos males crônicos gerados pelo estado neoliberal, a chamada política de estado mínimo. Centro irradiador de desenvolvimento, em todos os sentidos, vem sendo sucateada desde a ditadura militar que enxergava ali um foco de resistência.

Não existem recursos suficientes para as múltiplas atividades de uma universidade pública. A idéia de parceria com a iniciativa privada matematiza a universidade. Faz de um centro de saber parte do processo de robotização a serviço das grandes corporações.

O Brasil não foge à regra do mundo capitalista. O dinheiro público é usado para interesses particulares. O primeiro passo dado no caminho da privatização foi o de privatizar o Estado.

Saúde e educação privadas, no Brasil, custam muito mais que a saúde e a educação públicas. Ao Estado.

O número de licenças concedidas para faculdades e universidades privadas ultrapassa o bom senso, mas tem uma explicação. Assim como os ruralistas têm sua bancada na Câmara e dela se valeu o governo para aprovar o salário mínimo, os grandes grupos que controlam o ensino privado no Brasil, falo de terceiro grau, dispõem de deputados e senadores em número suficiente para qualquer barganha.

Apertou o placar no Congresso negociam uma faculdade com o ministro.

E não fazem outra coisa. Governo e deputados e senadores.

Permite que o latifúndio ponha a cabeça de fora e aja com um nível espantoso de violência, ao optar pelo agro-negócio como prioritário para as exportações e assim, para sustentar a vergonhosa política econômica do ministro Palocci e seu grupo. Dane-se a soberania nacional no caso dos transgênicos.

Segue à risca o receituário neoliberal no campo das reformas e usa e abusa dos mesmos argumentos de FHC. O ex-presidente dizia que suas atitudes ou ações transferindo tarefas à iniciativa privada permitira que sobrasse mais dinheiro para investimentos públicos.

O BNDES que o diga. Financiou a privatização de setores estratégicos. Financia grandes corporações multinacionais e a queda de Carlos Lessa foi muito menos por sua entrevista criticando a política de Palocci e Meireles, muito mais pela pressão do sistema financeiro e das grandes empresas estrangeiras.

Os dois anos restantes do governo do PT serão fundamentais para o próprio partido, num todo.

O dilema é simples: ou opta por participar do processo de barganha política que quer levar Roseana Sarney para o PMDB (compensação pela não reeleição do pai, José Sarney, para a presidência do Senado) e premiá-la com um Ministério, de olho em 2006, ou encontra caminhos e alternativas para o próprio jogo institucional.

No primeiro caso morre junto com o governo.

Aluísio Mercadante, líder do governo no Senado, estreou hoje no campo das críticas. Considera excessivo o número de medidas provisórias editadas pelo Planalto e responsáveis pelo congestionamento da pauta do Congresso. Segundo ele, medidas muitas vezes desnecessárias e sem o respaldo constitucional, que fala em emergência, situação de calamidade, caos públicos, o de sempre.

Lula começa a conviver com um fenômeno político que não imaginava pudesse vir a ser característica do seu governo. Falo dos protestos de rua. Há quem diga que o presidente não consegue inclusive assimilar esses protestos, essas críticas.

Síndrome de «meu primeiro diploma», ou de enviado divino.

A propósito o Lula original foi ressuscitado. Lech Walessa apareceu na Ucrânia para exigir a vitória do candidato de oposição. O pró-Estados Unidos.