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PT começa a colher o fruto da demagogia eleitoreira: a ira popular

Fuentes: Liga Operária

O ex-dirigente da CUT e atual ministro Olívio Dutra, a candidata à prefeitura, Maria do Carmo, e mais 200 militantes petistas e candidatos a vereadores do PT e Pecêdobê, que compunham a caravana eleitoreira que percorreu ontem (09/08) a periferia da cidade de Betim, MG, à cata de votos, foi apedrejada pelo povo. Nessa mesma […]

O ex-dirigente da CUT e atual ministro Olívio Dutra, a candidata à prefeitura, Maria do Carmo, e mais 200 militantes petistas e candidatos a vereadores do PT e Pecêdobê, que compunham a caravana eleitoreira que percorreu ontem (09/08) a periferia da cidade de Betim, MG, à cata de votos, foi apedrejada pelo povo. Nessa mesma cidade ocorreu em 1999 o assassinato de dois trabalhadores sem-casa durante operação policial de despejo, onde uma tropa de mais de 600 policiais militares, sob as ordens da administração da cidade que estava a cargo do petista Jésus Lima, atacou violentamente as 200 famílias de operários desempregados e sem moradia que tinham tomado um terreno abandonado da prefeitura e erguido o acampamento da Vila Bandeira Vermelha.

Os fatos ocorridos na segunda-feira, dia 9 de agosto, na Vila Bandeira Vermelha, bairro Itacolomi, em Betim, retratam que a consciência do povo está viva contra os mandantes e executores dos assassinatos dos trabalhadores sem-casa de Betim e revelam o sentimento de revolta do povo diante da insistência do sistema e políticos hipócritas e opressores, em sobrepor a exploração e a mentira em cima dos pobres. Está viva na memória de todos a violenta ação policial ordenada pelo então prefeito de Betim, o petista Jésus Lima, que no dia 26 de abril de 1999, mandou uma tropa de mais de 600 policiais militares invadir violentamente o acampamento da Vila Bandeira Vermelha, causando ferimentos em mulheres, crianças e o assassinato dos pais de família e operários desempregados, Erionides Anastácio de Sousa e Elder Martins Gonçalves, que lutavam junto com as outras 200 famílias pobres pelo sagrado direito à moradia.

O ex-dirigente da CUT e atual ministro das Cidades, Olívio Dutra (PT), estava cumprindo determinação do governo de que nos próximos 60 dias, cada um dos 16 ministros petistas, terão que dedicar integralmente alguns dias à campanha dos candidatos do partido. Os gastos com as viagens por todo o país – incluindo despesas com passagens, alimentação, hospedagem e pagamento de militantes, seguranças, etc – serão cobertos pela máquina partidária hoje alojada na gerência deste podre estado burguês-latifundiário, serviçal do imperialismo.

Os moradores se revoltaram ao ver a comitiva do ministro Olívio Dutra junto com a candidata Maria do Carmo, percorrer as ruas da Vila, em clara demonstração de propósitos eleitoreiros, e que estavam ali para provocar uma situação que chamasse a atenção para as candidaturas do PT. Eram mais de 200 militantes uniformizados e candidatos a vereador com a camisa do PT, que com gestos sinalizavam aos moradores suas reais intenções. Mas não esperavam que a resposta do povo fosse imediata, com exclamações tipo «porque o ministro não estava aqui quando assassinaram nossos companheiros?» Por que na época do ataque aos sem-casa da Vila Bandeira Vermelha, a então deputada federal Maria do Carmo, também membro do PT e que tinha seu marido como secretário do governo municipal, não impediu a chacina dos sem-casa e nem mesmo manifestou publicamente contra o covarde crime cometido a mando do seu correligionário, prefeito Jesus Lima. A população indignada com tal afronta não mediu e nem pesou a quantidade de pedras atiradas contra esta «comitiva».

São muito justas as ações e palavras de revolta dos moradores: «O PT veio aqui nos afrontar. Mostrar uma coisa que não fez. Dois companheiros nossos foram assassinados em 1999 e hoje temos duas viúvas que passam necessidade por culpa deles.» «O PT que se diz defensor dos trabalhadores, na época da tomada do terreno para moradia pelo povo pobre de Betim, nunca aceitou negociar. Mandou foi a policia para nos reprimir e assassinar. Por que só agora o ministro vêm nos visitar. Veio só para pedir votos. Cobramos a punição dos mandantes e assassinos dos companheiros trabalhadores.»

É a revolta do povo que cresce contra essa farsa que são as eleições burguesas, que não mudam nada na vida dos pobres e só aumenta, cada vez mais, a exploração sobre os trabalhadores.

A Liga Operária se solidariza com a justa revolta do povo da Vila Bandeira Vermelha e também se soma na exigência de punição para os mandantes e assassinos dos companheiros Erionides e Elder, que permanecem acobertados pelo atual sistema de opressão e exploração.

Belo Horizonte, 10 de agosto de 2004