O governo Lula se irrita com criticas publicadas na imprensa estrangeira, mas não diz nada sobre revistas semanais, como é o caso de «Veja», um dos mais ativos instrumentos das mais atrasadas elites brasileiras, especialista em difundir mentiras. Quer um conselho federal para controlar jornalistas, mas não fala apurar quem de fato financia todo o […]
O governo Lula se irrita com criticas publicadas na imprensa estrangeira, mas não diz nada sobre revistas semanais, como é o caso de «Veja», um dos mais ativos instrumentos das mais atrasadas elites brasileiras, especialista em difundir mentiras.
Quer um conselho federal para controlar jornalistas, mas não fala apurar quem de fato financia todo o complexo de informações, os chamados grandes e quais os seus objetivos.
Reportagens deliberadamente distorcidas como a publicada em «Veja» sobre a educação no campo e na «Mídia sem Máscara», a mais importante publicação da extrema-direita brasileira, passam em branco. A revista, curiosamente, falo de «Mídia sem Máscara», morre de amores pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
Nesse estranho e bem cretino exercício de equilibrismo entre o neoliberalismo e o filme que Duda Mendonça vai montando ao longo de seu governo, o que o presidente e seu grupo não percebem, nem querem, é que o fosso está sendo cavado e mais e mais se acentua o controle de parte da opinião pública por setores jurássicos das classes dominantes, os que ainda não conhecem garfo e faca e não fazem senão rosnar.
Ou então contratar pistoleiros para matar desde líderes camponeses a fiscais do Ministério do Trabalho que apuram a vergonha do trabalho escravo.
«Mídia sem Máscara» e «Veja» investem contra a II Conferência de Educação no Campo, em Luiziânia, Brasília, em agosto, patrocinada pela UNESCO e pela UNICEF, citando trecho do discurso do líder do MST, João Pedro Stédille: «libertação do povo não se faz com fuzis, mas com lápis e cadernos». A frase foi dita por Fidel Castro.
Em abril de 2000, num seminário promovido pela Universidade Federal de Uberlândia, o presidente do sindicato dos produtores rurais da cidade, debaixo de vaias e depois de ter dito asneiras em cima de asneiras, afirmou também o seguinte: «mas eles até têm escolas nas minhas fazendas». E o cara estava sem focinheira.
É a visão do latifúndio brasileiro.
Queriam que Stédille dissesse o quê? Que o povo se liberta com fuzis?
«Veja» é um dos veículos mais difundidos entre a classe média brasileira. Classes médias via de regra comem arroz com feijão e arrotam maionese. Sofrem de uma síndrome com vários nomes. Desde síndrome McDonnald’s, ou síndrome Coca Cola. Pode ser síndrome Nike e vai por aí afora.
Ao contrário da Rede Globo, que prefere as vizinhanças do poder e veste a camisa desse poder, desde que garantidos os recursos públicos para evitar a falência e coisas assim, «Veja» se transformou no principal agente do sistema financeiro e do latifúndio brasileiro.
Na visão das duas revistas o MST ao propiciar a jovens oportunidade de educação em assentamentos e acampamentos, de forma organizada e sistemática, dentro de estrutura pedagógicas fundada nos ensinamentos de Paulo Freire, ameaça a existência do Estado brasileiro.
Não tenho idéia do que eles imaginam seja o Estado brasileiro. Ou por outra, desde a privatização desse Estado, no governo FHC, rejeitam qualquer possibilidade de mudança na estrutura arcaica e podre do campo, regida por leis de violência e anteriores ao feudalismo.
Há, nesse meio, quem diga que FHC seja comunistóide. Por aí dá para imaginar o que pensam. Até hoje vacina contra raiva não chegou ao latifundiário. Mordem e matam.
Que tal uma CPI sobre os meios de comunicação? Ser de direita ou não é irrelevante. Relevante é o papel que cumprem, eles sim, no propósito de manter o Estado sob domínio da mais brutal, violenta e corrupta estrutura de classes desde 1500.
O MST é reconhecido internacionalmente por ser capaz de ultrapassar a fronteira da simples contestação, ou da luta sem conseqüências maiores, voltado para um processo de formação e organização do camponês e da própria classe trabalhadora de um modo geral.
O que as reportagens pretendem, além de aterrorizar a classe média é criar obstáculos aos projetos de educação no campo. Fala em professores, fala em convênios com universidades públicas e busca aí abrir espaço para ação de cães de guarda do latifúndio e do sistema financeiro no sórdido jogo institucional.
É ação coordenada e dirigida, com objetivos claros e definidos.
Acender a luz e abrir perspectivas de reação, criar fatos consumados em torno das mentiras contidas nas publicações citadas, no que vão contar com figuras dentro do próprio governo, essa estranha mistura que junta desde funcionários do sistema financeiro internacional, falo de Henrique Meireles, como subalternos do mesmo sistema, o ministro Antônio Palocci. Latifundários como Roberto Rodrigues. Agentes das empresas de transgênicos como Luís Fernando Furlan e oportunistas ávidos de servir a quem manda, como Tarso Genro.
No meio disso tudo Lula, o que diz que veio para mudar a história da humanidade. Ele e seu conselho federal de jornalistas.