Apetites terroristas aparecem e reaparecem com freqüência nos Estados Unidos. Basta que se mexa no mundo do petróleo ou das armas. Não foi diferente na eleição de Ronald Reagan. Derrotou Jimmy Carter que tentava a reeleição e quatro anos depois se reelegeu contra Walter Mondale, um democrata de plástico e que fora vice de Carter.Reagan […]
Apetites terroristas aparecem e reaparecem com freqüência nos Estados Unidos. Basta que se mexa no mundo do petróleo ou das armas. Não foi diferente na eleição de Ronald Reagan. Derrotou Jimmy Carter que tentava a reeleição e quatro anos depois se reelegeu contra Walter Mondale, um democrata de plástico e que fora vice de Carter.
Reagan sequer foi um astro em Hollywood. Cumpriu carreira medíocre e ao que parece num único filme, nem tipo B, tipo C, foi o protagonista principal.
Nancy Reagan, atriz como ele e com mais sucesso, foi amante de Frank Sinatra, inclusive nos oito anos da presidência do marido.
Recebia o cantor em seus aposentos privados na Casa Branca. Todo o país sabia disso. Não afetava, nem afetou, por um instante sequer, o prestígio presidencial. No dia de Ação de Graças apareciam juntos, felizes, compartilhavam o peru e a oração. É o mundo hipócrita do protestantismo norte- americano.
Imagem é o que vale.
Mais alguns anos e Reagan vai ser como William Taft. Foi presidente dos EUA no início do século XX, roubou adoidado, ficou milionário e ninguém se lembra a não ser quando olha a lista dos presidentes.
A derrubada do xá do Irã e o governo dos aiatolás, esses os fatores que assustaram a extrema direita no Texas. Um tempinho antes das eleições estudantes iranianos ocuparam a embaixada dos EUA em Terra, fizeram reféns e a crise tomou dimensões de vida ou morte.
Aguçou a voracidade das companhias petrolíferas temerosas que revoluções xiitas acontecessem nos países vizinhos. A crise pegou Carter de calça curtas, sua diplomacia não conseguiu respostas imediatas e a máquina é toda terrorista, ou basicamente terrorista. Logo…
George Bush, o pai, é um idiota como o filho. Foi diretor da CIA, político influente no Texas, dono de companhia petrolífera, ligado à indústria armamentista e era o candidato preferido do terror de mercado. Não tinha chances.
O diretor do filme chamou Reagan e explicou que seria o maior papel de sua vida. Já havia desempenhado algo semelhante no governo da Califórnia. Bastava se comportar como sempre o fez, coadjuvante, que tudo estaria resolvido. O nome que apareceria como principal nos créditos, seria o dele.
Topou. Virou presidente e Bush foi o vice.
Nancy, que ao contrário do marido tinha cérebro, palpitou e decidiu mais que o marido.
A primeira eleição de Reagan não foi das mais fáceis. A segunda não. Barbada. Mondale tinha alguns vazamentos. Enchiam de ar pela manhã e à tarde já estava um tanto murcho.
O Departamento de Estado conseguiu negociar a libertação dos reféns na embaixada em Teerã e a crise seria solucionada antes do dia da eleição. A CIA, terreno de Bush, segurou as pontas, atrasou os procedimentos e isso foi devastador para o presidente Carter. Gerou a sensação de governante fraco. Incapaz. O tipo bonzinho, mas só para avô.
E mesmo assim…
Eleito Reagan e a crise, em seguida, acabou. No dia da posse, ou na véspera, ou no primeiro dia de seu governo, o próprio Reagan, obedecendo ao comando do diretor, teve um gesto de piedade. Pediu a Carter que recebesse os reféns como heróis.
O democrata lá foi. Hoje faz parte do esquema golpista contra Chávez.
A morte de Reagan é só a morte de um ator de segunda. Nada além disso. Canastrão no melhor estilo dos vilões de Hollywood. Foi o seu papel principal. Como todo sujeito medíocre aceitou desde os chifres que Sinatra lhe punha, a cumprir à risca o script dos texanos.
Nos seus oito anos todos os fatos, foram fatos importantíssimos, o tempo de Gorbachev, funcionou como ventríloquo dos cowboys do petróleo e das armas. Só isso.