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Sobre briga de galos e eleições

Fuentes: Rebelión

Duda Mendonça foi preso numa rinha de brigas de galos. Declarou-se sócio da rinha. Sem vergonha alguma de gostar do «esporte». Problema dele. Ao que tudo indica jogou a toalha na disputa em São Paulo. Os números dizem que as chances de Marta passam por um anjo descer dos céus com uma espada de fogo […]

Duda Mendonça foi preso numa rinha de brigas de galos. Declarou-se sócio da rinha. Sem vergonha alguma de gostar do «esporte». Problema dele. Ao que tudo indica jogou a toalha na disputa em São Paulo. Os números dizem que as chances de Marta passam por um anjo descer dos céus com uma espada de fogo e enviar Serra aos quintos dos infernos.

José Genoíno, presidente nacional do PT, apareceu em público para dizer que não se mete na vida pessoal do publicitário e que o PT está satisfeito com seu trabalho. Marta se declarou contra as brigas de galo.

O PT perde as eleições na capital paulista, matriz, filial e tudo do partido, por conta dos equívocos, desvios e trapalhadas do governo, da própria prefeita e da visão exclusivamente paulista: fora de São Paulo não existe vida inteligente.

Tudo bem se isso não trouxesse prejuízos irreparáveis para o movimento popular e as forças de esquerda, com a perda, por exemplo, de Porto Alegre, há 16 anos governada pelo partido. Tem mais importância que a de São Paulo.

A vitória de Luiziane Lins, dada como certa, em Fortaleza, deve servir de lição para Lula e sua turma. A moça só pediu que eles não atrapalhassem. Militantes do PT na capital do Rio Grande do Sul decidiram cruzar os braços na campanha de Pont, um erro, a partir do momento que Lula, Genoíno e outros se aventuraram pela cidade.

José Genoíno, uma espécie de d. Quixote às avessas, faz o papel de moinho. Mói esperanças e expectativas quando aparece em programas de televisão pedindo votos para candidatos do PTB, alguns deles comprovadamente corruptos, ligados a esquemas de lavagem de dinheiro, tudo em nome da base de sustentação do governo, falando em acabar com o desemprego, desenvolvimento, o escambau.

Com esses aliados é impossível. Foram os caras que geraram o atual estado de coisas. Foram aliados de FHC e muitos, no caso do PTB como um todo, são remanescentes do governo Collor.

O dado principal da vitória de Serra, quase certa, é a recuperação do partido depois de rifado nas eleições de 2002, no fracasso e na corrupção do governo de FHC. A ordem vai ser trabalhar a candidatura de Alkimin e esperar o início de 2006. Se os dados forem animadores FHC sai a campo e tenta sua volta. O próprio ex-presidente já usa a imagem do polonês Lech Walessa para dizer que Lula é ave de vôo rasteiro e um vôo só.

Vai ser preciso muito trabalho para recuperar o partido e por aí passa também a desintegração da base real do presidente. Boa parte da militância ou vai esperar o processo de eleições internas em 2005 e sair depois dependendo dos resultados e muitos já falam em sair agora.

O clima na bancada federal, tanto Câmara como Senado é de salve-se quem puder, cada qual buscando evitar as conseqüências do desastre Lula em suas bases.

Para se ter uma idéia de como as coisas andam basta conversar com deputados do partido e pedir opinião sobre o governo. De público Lula é o companheiro que vai mudar o Brasil e o mundo. Junto aos seus é o «cara que está arrebentando com todos sem a menor consideração pelos companheiros».

Vem aí o primeiro de novembro, dia seguinte ao do segundo turno. Começa aí o segundo ato do governo do PT.

Pelo andar da carruagem são as reformas traçadas pelo FMI e a tentativa desesperada de se mostrar confiável aos acionistas majoritários do Estado brasileiro. E muito Fome Zero, bolsa, bolsa aquilo (pode ser a quilo também), para o engodo demagógico.

Lula disse na Bahia que o cartão postal do Estado de ACM é a beleza da mulher baiana.

Com briga de galos, beleza feminina, essas coisas, está virando programa de auditório. Deve ser sugestão da Globo, ainda a principal aliada do governo.