O surgimento do P-SOL já é um fato político nacional. Nascido  a partir da iniciativa de 4 parlamentares que não se renderam à lógica do  capital, e confluindo com milhares de servidores públicos, estudantes e  trabalhadores, assim como com importantes intelectuais como Chico de Oliveira,  Ricardo Antunes, Paulo Arantes, Leda Paulani, o Partido Socialismo e Liberdade  surge com a proposta de reagrupar a esquerda conseqüente, para evitar sua  dispersão e desagregação, e para por em pé um instrumento de luta unitário, anti  capitalista, anti imperialista e socialista.  
A cooptação do PT e de amplos setores da chamada esquerda  petista, deixa um amplo espaço político que podemos verificar nas ruas, quando  pedimos assinaturas em apoiamento para legalizar o P-SOL. A magnífica resposta  de solidariedade que estamos percebendo, é produto da necessidade da classe  trabalhadora de ter uma representação política própria, sobre tudo depois de  perceber a falência do PT, que uma vez no governo, adotou de vez a agenda  neoliberal e responde aos interesses do latifúndio, das multinacionais e do  imperialismo.
Diante do surgimento do P-SOL, temos visto um outro  fenômeno: setores da esquerda, perplexos diante da crise do PT, do giro à  direita do governo Lula, resolveram se dedicar a atacar o P-SOL. Nos referimos à  setores da esquerda do PT e sobre tudo aos companheiros da Consulta Popular, que  acabam de divulgar um documento titulado «Refundar a esquerda para refundar o  Brasil» (1) . Corretamente, nele reconhecem que o PT não mais  poderá ser o eixo de gravitação de uma esquerda digna deste nome, o que marca um  importante ponto de coincidência com as análises feitas pelos companheiros quem  decidiram fundar o P-SOL.
Ao definir que inicia-se um novo ciclo na existência da  esquerda brasileira, – definição que compartimos, – o documento defende a  necessidade de «renovar a interpretação do Brasil, propor um programa de  transformações estruturais, imaginar uma forma de luta estratégica e criar um  novo instrumento de intervenção política». Corretamente, valoriza que a chamada  esquerda do PT, se quiser permanecer fiel aos seus ideais, terá de abandonar o  Partido. 
No entanto, a determinação dos parlamentares expulsos do  PT por permanecer fiéis aos seus ideais, junto a intelectuais e militantes, de  construir um novo partido, o P-SOL, em clara oposição ao governo continuista e  neoliberal de Lula e do PT, é definida pelo documento da CP como » um passo  atrás em relação às formulações originais do PT», acha que «o ritmo, a forma e o  programa do novo partido, são muito frustrantes», não percebe «nenhum esforço  sério voltado para conhecer a história e a realidade do Brasil», reclama que  «não existe fundamento programático novo nem tentativa de
prática nova, nem  diálogo com o povo brasileiro.» 
Trata-se de um debate de extrema importância. Os  companheiros da CP merecem nosso respeito e consideração; tem sido valorosas  suas contribuições políticas e práticas durante estes anos, tanto que desde  antes da fundação do PSOL tentamos dialogar com eles, considerando a  possibilidade e necessidade de té-los como parceiros na empreitada de construir  uma nova ferramenta política dos trabalhadores e dos explorados brasileiros. Por  isso, ficamos desapontados com esse ataque ao P-SOL, uma vez que um dos  principais intelectuais da CP foi por nós procurado, mostrando de nossa parte  uma vontade de diálogo político. No entanto, não nos surpreende porque  entendemos que tem raízes políticas, que devemos tentar esclarecer.
Evidentemente, estamos longe de pensar que o P-SOL já tem  um programacompleto e acabado. Pelo contrário, somos conscientes que estamos  dando os primeiros passos, que nosso programa está em construção, e estamos  dedicados a aprofundar este debate. No entanto, nós, do P-SOL, não vemos nenhuma  possibilidade de contribuir para a reorganização da esquerda socialista  brasileira, sem partir de uma clara definição da natureza do governo Lula e das  profundas razões estruturais e de classe que levaram à falência do PT e a adoção  do governo petista do receituário neoliberal. Esta é sem dúvida, a primeira  tarefa a definir, para nos localizar no campo correto, o da oposição de esquerda  ao governo Lula e seu projeto pró imperialista subordinado ao FMI, construindo  uma alternativa de luta e de poder, do ponto de vista dos trabalhadores e dos  explorados da sociedade. Sem esta definição ou ponto de partida, qualquer  tentativa de refundar a esquerda, está fadada ao fracasso. 
Também, desde o PSOL, temos avançado em identificar os  que, do nosso ponto de vista, foram os motivos fundamentais que levaram o PT  aonde está hoje. E tentamos, ao elaborar nosso projeto e programa, extrair  lições desta experiência de mais de 20 anos de luta e construção política, para  evitar repetir os mesmos erros, e para superar as limitações que o PT teve  durante sua existência. O PT faliu, porque, nascido para dar representação  política à classe trabalhadora e aos explorados, mudou de lado, e foi se  acomodando ao longo dos anos à institucionalidade burguesa com todas suas  benesses, acomodação que deu um salto de qualidade ao chegar ao governo federal.  Na medida que o PT cresceu e passou a obter mais deputados, vereadores,  prefeitos e cargos de confiança, a máquina partidária foi funcionando à serviço  desta nova burocracia, matando a democracia interna e adaptando seu programa e  sua prática à sua definição de chegar ao governo à qualquer custo. E qualquer  custo significa priorizar as eleições e os cargos nas instituições do Estado  burguês, se aliando até com o diabo e recebendo dinheiro dos bicheiros,  banqueiros e multinacionais aos quais finalmente, acabou servindo. E esta é uma  lei de ferro: quando um partido dos capitalistas se alia a uma organização dos  trabalhadores e do povo, sempre o faz se, no essencial, essa aliança serve para  passar SEU programa, para defender SEUS interesses de classe.
Assim, a «interpretação» da direção do PT, de «superação»  da crise brasileira através das alianças com as forças políticas representantes  do capital, não significou nenhuma novidade, mas a repetição da velha concepção  estalinista de colaboração de classes, defendida pelo «partidão», pelo PCdoB, e  outros setores da esquerda brasileira.
Os companheiros da CP criticam o P-SOL, por não ter  «nenhum fundamento programático novo», «nenhuma proposta de nova prática»,  «nenhuma reflexão sobre as causas do esgotamento do PT» ou «nenhuma idéia de  superação». 
Sem achar que sempre tudo  o que é «novo» é bom, pois como bem defende Atílio Borón na sua polêmica com M.  Hardt e Tony Negri [2] «Uma das heranças mais perniciosas da  Ilustração foi, precisamente, a de pensar que o novo é sempre melhor», o PSOL  está demonstrando, na prática, suas reflexões sobre as causas do esgotamento do  PT, e demonstrando que suas práticas políticas e programáticas são diferentes e  «novas» em relação às defendidas pelo PT e por setores da esquerda brasileira.  
Diferente dos parlamentares da esquerda do PT, nossos  parlamentares votaram contra a reforma da Previdência, a lei de falências, o  salário mínimo de R$ 260, a reforma tributária e outras pérolas do governo Lula.  A diferença dos parlamentares da esquerda do PT e dos que se identificam com a  CP, nossos parlamentares e militantes estiveram na primeira linha de luta contra  a Reforma da Previdência, dialogando com milhões de servidores públicos e de  aposentados, contribuindo com sua greve e suas marchas, onde faltaram pela  primeira vez, as bandeiras solidárias de outros movimentos sociais, visto que  seus dirigentes, ao invés de dialogar e apoiar, deram-lhes as costas. 
O governo Lula teve o «mérito» de romper a fantástica  aliança estabelecida no período FHC entre os trabalhadores do campo e da cidade.  Sempre houve uma solidariedade explícita e militante das organizações e  militantes do campo para com as lutas dos setores urbanos e vice-versa, rompida  em 2003, quando a direção dos mais importantes movimentos dos trabalhadores do  campo negou-se a enfrentar a reforma da previdência e a apoiar a greve dos  servidores públicos, e colocou-se do lado do governo; do mesmo governo que  classificou os servidores públicos de «privilegiados», que representa e defende  os interesses do agro negócios e do latifúndio, que aprovou os transgênicos, que  permite a continuidade dos assassinatos e da impunidade no campo, o mesmo  governo que blinda com cargo de ministro um representante do BankBoston acusado  de sonegação, um governo em fim, que capitulou e se rendeu aos interesses do  capital financeiro, do FMI, e das multinacionais. 
No entanto, a CP, em nome da «prudência» e da  «tolerância», como bem reconhecem no seu texto, decidiu ficar do lado desse  governo e contra os trabalhadores, em nome de uma suposta disputa que estaria  travada dentro do governo, disputa para a qual os movimentos sociais deviam  contribuir com sua mobilização, nos marcos de apoiar o setor supostamente  «progressivo» (Rosetto? Dirceu? Alencar? Lula?) contra os Palocci, Meirelles,  etc.
É impossível refundar a esquerda, enquanto se continua  sustentando que aluta é contra Palocci e não contra Lula. Porque o governo é um  só, e pese suas contradições e atritos, existe um projeto comum, defendido por  Palocci/Lula, que é o projeto do PSDB, PFL, PP, PMDB, FMI, e agora do PT, e por  isso, estão todos juntos na hora de votar projetos e MP contrárias aos  interesses dos trabalhadores, do povo e da nação brasileira. 
Assim, defendendo Lula, estes setores da esquerda acabam  defendendo Palocci e o conjunto da agenda deste «new PT». Quem acha que é uma  «tática» correta para separar Lula do resto da equipe, está redondamente  enganado. Pois, tal como afirma a companheira Heloísa Helena na sua entrevista  na revista Caros Amigos «Lula é uma figura altamente qualificada, preparada,  competente, só que mudou de lado». Nós agregamos: também é uma figura plenamente  consciente do que está fazendo. E esta análise está faltando ao documento da  CP.
Tal como assinalamos, somos conscientes que estamos na  fase de elaboração denosso programa. No entanto, nosso anteprojeto define seus  balizadores de estratégia e de princípios, com base em determinados elementos de  analises. Interpretamos a crise atual, política, social e econômica, não como  uma crise fatal de destino, mas como o resultado inexorável de um país  capitalista semicolonial, arrasado e depredado pela rapina imperialista, nesta  época de decadência e crise do sistema capitalista – imperialista mundial, de um  país que perdeu seus poucos elementos de soberania, soberania esta que só poderá  ser conquistada na ruptura com a dominação imperialista e seus mecanismos de  exploração, FMI, dívida externa, Alca, etc.
No nosso esforço por analisar a realidade brasileira,  consideramos que esta não se limita aos marcos nacionais, dentro dos quais é  impossível compreender a realidade atual e sua dinâmica. Pelo contrário, ela  parte de identificar que o sistema capitalista imperialista mundial está  conduzindo a humanidade para uma crise global, golpeando com seus planos  neoliberais, em primeiro lugar, os povos dos países semicoloniais quanto os  trabalhadores de seus próprios países imperialistas. Desta análises se deriva a  necessidade de um internacionalismo ativo, que defendemos porque compreendemos  que não há saída nacional para a crise do capitalismo, nem podemos marchar em  direção à fórmula estalinista do «socialismo em um só país». A luta atual dos  povos da Venezuela, Perú ou Bolívia, Argentina ou Equador, nos colocam no dia a  dia a necessidade de exercer esta prática militante, nos opondo com força à  política do governo Lula, que sumo-se à intervenção imperialista mandando tropas  para o Haiti, colabora com Uribe no controle das fronteiras com a Colômbia e  apoia a ocupação do Iraque. No Conselho de Segurança da ONU, no qual Brasil  ocupa no momento uma cadeira pelo sistema de rodízio, a resolução 1546 – que  sustenta integralmente o governo iraquiano e afirma que as forças militares da  coalizão estão autorizadas a tomar todas as medidas necessárias no Iraque, pois  o país «continua a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacional» –  foi aprovada com o voto do Brasil.
Por sua vez, somos categóricos na rejeição da conciliação  de classes e dosgovernos comuns com os representantes do capital, e reconhecemos  que não teremos condições de realizar uma efetiva ruptura com a dominação  imperialista se não enfrentarmos a burguesia, como sócia e cúmplice da  exploração do país. Por isso afirmamos no nosso anteprojeto que «…tudo isso  comprova mais uma vez que a ruptura radical com as forças que sustentam a  modernização conservadora, que aplicaram o modelo neoliberal, é a única forma de  tirar o país de um beco sem saída. Aqueles que insistem no caminho de  conciliação de classes, em medidas paliativas, na administração da crise  capitalista, ou qualquer variante de uma terceira via reciclada ou não,aceitam a  dependência e abandonam a perspectiva socialista, pois somente um programa  antiimperialista e anticapitalista tem condições de promover a superação dos  graves problemas em que estão mergulhados os trabalhadores brasileiros».
São estas definições as que nos levam a defender uma  proposta de aliançasdiferente às que tradicionalmente defenderam tanto o PT,  quanto o PCB ou o PCdoB. Em relação a estas velhas propostas de conciliação de  classes, nossas propostas são novas, mas são «antigas» propostas dos marxistas e  são parte da experiência acumulada da luta dos trabalhadores pelo mundo afora,  lutas que foram levadas a catastróficas derrotas pela política de alianças  contrárias aos interesses populares. Por estas razões defendemos alianças que  busquem soldar a unidade com todos os setores do mundo do trabalho – os  trabalhadores, desempregados, movimentos populares, precarizados, trabalhadores  do campo, sem terra, pequenos agricultores, classes médias urbanas cada vez mais  empobrecidas, pequenos produtores do campo e da cidade, e todos os movimentos e  setores discriminados e marginalizados da sociedade.
A definição da força social que poderá efetivar esta  mudança e deverá estar no centro da construção deste novo projeto político, é  tão importante e decisivo quanto suas primeiras definições estratégicas e  programáticas. 
Também, é clara nossa definição estratégica de socialismo  com democracia e liberdades. Pese a nosso programa não estar acabado – e num  certo sentido nunca o estará – temos tomado posição categórica, extraindo lições  da experiência dos «socialismos» burocráticos, totalitários e de partido único,  que deturparam o socialismo e confundiram a consciência de milhões de jovens e  de trabalhadores, que ainda hoje acham que socialismo foi essa monstruosa  caricatura ditatorial, imposta pelas burocracias soviética, albanesa ou chinesa.  
O documento da CP reconhece com honestidade que  encontra-se em processo de dispersão, com a possibilidade de desaparecer do mapa  político nacional, mas no nosso entender, é importante tirar conclusões de  porque chegou nesta situação. Acreditamos que a razão política fundamental,  reside na sua equívoca localização frente ao governo Lula e sua agenda  neoliberal, política que infelizmente podem repetir nas eleições de 2004,  votando e chamando a votar no PT e seus candidatos. Resulta incompreensível que,  por um lado o documento da CP acusa o P-SOL de eleitorero, enquanto diversos  dirigentes vinculados com este movimento, defendem o voto no PT.
É difícil ou diretamente impossível refundar a esquerda,  sem um combate decidido e quotidiano contra o governo e seus representantes nos  ministérios, no parlamento e nos movimentos sociais, como a burocracia da CUT,  contra os dirigentes que, sejam de Articulação, do PCdoB ou de setores da  esquerda do PT, avalizam a política governamental, e a legitimam com seu  discurso de esquerda e sua localização nos movimentos sociais.
Empreender o duro caminho de refundar a esquerda e evitar  sua dispersão e fragmentação, pressupões abrir um debate franco e fraternal  sobre estes e outros aspectos decisivos. 
A definição do PSOL é clara, quando define que não haverá  mudanças de qualidade sem uma ruptura revolucionária, o que significa como  centro de sua ação as lutas e mobilizações dos pobres e dos explorados da cidade  e do campo. Isto não nos leva ao «infantilismo» de ignorar ou rebaixar a  importância da batalha eleitoral, batalha para a qual estamos empenhados em  construir uma força independente, que seja capaz de levantar uma alternativa de  esquerda, socialista e conseqüente, frente a tentativa de re eleição do Lula em  2006. Como é que os companheiros da CP pensam se pronunciar frente a este  desafio? chamarão mais uma vez o voto no PT? Ou iremos juntos construir também  no terreno eleitoral, uma alternativa dos trabalhadores e dos oprimidos, de luta  e de coerência? Nós estamos trabalhando para construir também, esta última  opção, e por isso, junto ao debate político, a participação nas lutas sociais e  a organização do partido, estamos empenhados na legalização do P-SOL, tarefa  para a qual deveremos enfrentar oterrível mecanismo burocrático da justiça  burguesa que nos exige 450 mil assinaturas em apoiamento. Conquistada nossa  legalidade, e sem abandonar o terreno da luta de classes, abriremos o debate  sobre esta alternativa no terreno eleitoral, sendo que a companheira Heloísa  Helena é hoje apoiada e defendida por amplos setores de dentro e de fora do  P-SOL como a melhor pré candidata da esquerda para enfrentar a re eleição de  Lula. Gostaríamos de saber qual a opinião da Consulta Popular. 
Saudamos finalmente a intenção dos/as companheiros/as da  CP de abrir um processo centrado na idéia de refundar a esquerda, para o qual  tiraram um calendário de atividades. Se efetivamente optarem por este caminho e  não pela desaparição, sem dúvida os dirigentes e militantes do P-SOL terão o  máximo interesse de participar e travar juntos os debates políticos,  programáticos e estratégicos, para a construção de uma alternativa de poder e de  luta da esquerda brasileira.
O tempo que pode levar este debate e o tamanho das  divergências, não podem no entanto ser obstáculo para que sejam coordenados  esforços para apoiar e construir as lutas necessárias, em direção a enfrentar e  derrotar a política de arrocho, desemprego e fome do atual governo Lula. 
Na pauta do governo está a reforma sindical e  trabalhista, que significa duros golpes contra os trabalhadores com o objetivo  de retirar conquistas históricas. Também a Reforma Universitária, com viés  claramente neoliberal, em direção à privatização do pouco que resta das  Universidades Públicas. Para espanto geral, o governo Lula e seu Ministério de  Meio Ambiente, decidiram agora privatizar a floresta amazônica e se preparam  para enviar ao Congresso um Projeto de Concessão de áreas públicas na Amazônia.  Nos diversos estados estão se desenvolvendo greves e lutas de servidores  públicos, do judiciário e das universidades; dos professores, de policias, de  sem terra ou de sem teto, etc.. Todas elas, precisam de nosso esforço unido, de  solidariedade e apoio militante. Qualquer diálogo sério com o movimento de  massas, começa por se pronunciar sobre os problemas quotidianos e urgentes que  estão na «pauta» da vida real do povo trabalhador. 
E, fundamentalmente, está colocado desenvolver uma frente  unitária de luta para enfrentar o maior câncer que corrói a economia do país,  que esvazia o bolso do trabalhador e a mesa do pobre: o compromisso de governo  Lula de pagar os juros da dívida, dedicando para isso nada menos que 4,25% do  PIB. 
Com base na excelente campanha do plebiscito contra a  dívida externa realizada anos atrás, é necessário construir uma campanha  nacional unitária, de luta e mobilização, exigindo a suspensão do pagamento da  dívida e a realização imediata de uma auditoria sobre a mesma. Estamos seguros,  que se os setores que se reivindicam da esquerda conseqüente conseguem dar estes  passos de forma conjunta, e simultaneamente continuam debatendo, serão capazes  de contribuir ao reagrupamento da esquerda socialista, buscando os pontos que a  unificam e discutindo de forma franca e fraterna, aqueles que a dividem.
 
23 de agosto 2004
* Babá – deputado federal e membro da C. Executiva  Provisória do P-SOL. Silvia Santos – Membro da C. Executiva Provisória do  P-SOL
  
 
Notas
 
1) Sobre el documento «Refundar a esquerda para refundar o  Brasil» de Consulta Popular, ver Correspondencia de Prensa  Nº 632, del 17-7-04. 
 
 2] Do Conselho Latino americano de Ciências Sociais.
 Correspondencia de Prensa