O ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, disse que o Brasil está se transformando em «celeiro do mundo». Os antigos livros de geografia do professor Aloísio Azevedo, no antigo curso ginasial, diziam isso. Que, no futuro, o Brasil seria o celeiro do mundo. Roberto Rodrigues é de extrema-direita, fundador da UDR (União Democrática Ruralista), ligada a […]
O ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, disse que o Brasil está se transformando em «celeiro do mundo». Os antigos livros de geografia do professor Aloísio Azevedo, no antigo curso ginasial, diziam isso. Que, no futuro, o Brasil seria o celeiro do mundo.
Roberto Rodrigues é de extrema-direita, fundador da UDR (União Democrática Ruralista), ligada a vários assassinatos no campo, controlado pela MONSANTO e Lula é refém desse tipo de gente.
Neste momento são duas as garantias do ministro: o acordo com o governo que permitiu a aprovação da Medida Provisória do salário mínimo na Câmara, depois de derrotada no Senado e as exportações do setor de agro negócios. Respondem por 40% do total das exportações brasileiras e o elevado saldo da balança de pagamento permite ao governo manter o superávit além do definido pelo FMI e as linhas gerais da política econômica.
A única mudança real e efetiva nesse processo que a direita chama de «revolução agrícola no Brasil», é que passamos da condição de maiores produtores de café do mundo, a monocultura, para maiores de algumas coisas mais. Como diz o jornalista Élio Gaspari, vamos comprar computadores IBMs da China.
A parceria latifúndio, MONSANTO e governo resultou, por exemplo, na ampla e total liberdade para o cultivo de transgênicos, disfarçada essa a liberdade em firulas jurídicas que fingem preocupações ambientais, todas engolidas pela ministra de nada, Marina da Silva.
Cada dia mais o Brasil se transforma numa potência agrícola, com características de entreposto do grande mercado mundial, enquanto abre mão de políticas próprias para um projeto Brasil que tanto Lula falou e, presidente, deixou de lado.
Potência do latifúndio e dos bancos.
Uma das razões que levam o grupo tucano do PMDB a buscar de todas as formas a saída do partido da base do governo, foi a percepção que, neste momento, Lula é imbatível,na combinação mundo de plástico e soja transgênica que dão o tom do seu governo.
Temer, Geddel Vieira Lima e Germano Righotto são controlados à distância por FHC. Os três, aliás estiveram juntos hoje numa tentativa de reverter decisão judicial e com eles Orestes Quércia. É um milagre, ou um caso de omissão, que o desembargador não tenha dado voz de prisão ao quarteto. No mínimo «reunião da quadrilha».
O Brasil de Lula marcha para ser, cada vez mais, um país dependente da nova ordem. Nem mesmo os pequenos avanços obtidos pelo governo mudam essa situação.
Um roteiro que inclui os principais meios de comunicação do País, o processo de educação que vem sendo objeto de privatização cada vez maior e a submissão ao sistema financeiro internacional, principal acionista do Estado e avalista das grandes corporações, essa junção faz do governo um grande sucesso de marketing político e transforma cidadãos em robôs, cultores da ideologia do «hei de vencer», nem que seja a qualquer preço.
A festa de encerramento de uma escola privada voltada para o maternal e o chamado jardim da infância, intitulada «um dia no mundo dos pequenos», constou de agradecimentos «a mamãe e ao papai por nos ter possibilitado estudar na escola tal». «A escola tal cumpre o seu dever de formar pessoas responsáveis, trabalhadoras e cumpridoras da lei».
«Nossa preocupação é com o futuro que construiremos a partir do que aprendemos na escola tal».
E a pérola, em se tratando de crianças de no máximo 7 anos: «vamos amiguinhos nos preparar para o vestibular que está chegando.»
A pedagogia da direita que, através de um dos seus principais instrumentos, a revista VEJA, tentou dia desses desqualificar as escolas do MST.
Têm medo do cidadão livre perceber que na verdade todo esse jogo institucional é uma grande farsa e o verdadeiro estado livre e popular não passa por aí, nem por Lula e seu séqüito estranho, ou o seu PT.
«Um dia no mundo dos pequenos» é o dia a dia dos brasileiros que aceitam as regras desse jogo sórdido e não se percebem transformados em reses dos grandes controladores. E começa cedo no «Deus nos guia a todos em paz e em respeito ao nosso País».
Enquanto eles saqueiam o País e matam os que se opõem.
Lula anda dizendo a algumas pessoas que «coisas estranhas acontecem em minha vida». Instado a explicar atribuiu a cura do ministro Gushiken, câncer no estômago e septicemia depois de uma cirurgia, à convivência direta com ele Lula, desde que foi para o governo.
Sarney costumava dizer, quando presidente «que é o Gorbachev abrindo lá e eu abrindo aqui».
O perigo é Lula cismar, como Bush, de reintroduzir o criacionismo nos livros didáticos.
O risco dos pequenos crescerem velhos e resignados a uma ordem capitalista na crença que se trabalharem honestamente têm chance de virarem banqueiros.