A importância da presença de observadores internacionais ligados aos movimentos populares na América do Sul e no resto do mundo, de atos públicos de repúdio às tentativas golpistas das elites venezuelanas, associadas ao governo terrorista norte-americano, cresce à medida que a data do referendo na Venezuela se aproxima e é certo que tentativa maior dessas […]
A importância da presença de observadores internacionais ligados aos movimentos populares na América do Sul e no resto do mundo, de atos públicos de repúdio às tentativas golpistas das elites venezuelanas, associadas ao governo terrorista norte-americano, cresce à medida que a data do referendo na Venezuela se aproxima e é certo que tentativa maior dessas forças, agora, será a da fraude eleitoral.
As pesquisas divulgadas por jornais de oposição ao governo do presidente Hugo Chávez que mostram um alto número de indecisos, a despeito de apresentarem vantagem do governo bolivariano, começam a preparar o terreno para essa fraude, já que, lógico, afirmam que caberá aos indecisos decidir a sorte do presidente.
Especialistas que analisaram as pesquisas revelam que o número de indecisos mostrado por grupos de oposição é absurdamente alto, não corresponde à realidade e escondem intenções outras.
Foi assim na Nicarágua, quando Daniel Ortega, franco favorito contra Violeta Chamorro, candidata do terrorismo então sob a égide de Reagan, perdeu as eleições presidenciais e o país voltou às mãos de elites somozistas travestidas de democráticas.
O histórico de George Bush é em tudo e por tudo um histórico de fraudes. Fraude no serviço militar. Fraude na companhia da família. Fraude na liga de basebol que integrava e a maior de todas, fraude na vitória sobre Al Gore, em 2000, no Estado da Flórida, governado pelo irmão Jeb Bush e já, outra vez, sob suspeita.
O célebre discurso de Marco Antônio na peça de Shakespeare, César, serve como adorno para esse argumento. Ao buscar nos pontos negativos base para as glórias de Júlio César, Marco Antônio jogou a multidão contra Brutus e os demais conspiradores e colocou a coroa sobre sua cabeça.
No caso de Chávez, as pesquisas feitas por organismos ligados à oposição mostram o crescimento de Chávez, os bons resultados da economia nos últimos meses, tentam atribuir ao presidente comportamento golpista e lançam altos índices de indecisos, capazes de mudarem o resultado.
O mesmo jogo, sempre ele.
Organizações como a OEA (Organização dos Estados Americanos), uma espécie de braço político do terrorismo da Casa Branca, ou ONGs voltadas para os direitos humanos, para a defesa de princípios democráticos e conduzidas por figuras lamentáveis, no caso do ex-presidente Jimmy Carter, vão estar na Venezuela para chancelar o golpe, caso consigam e se faz necessário que os movimentos populares reajam, ocupem espaços e impeçam a manobra torpe.
A queda de Chávez é vital para os interesses dos Estados Unidos sobre o petróleo na América do Sul. Atrás do controle do maior produtor da região e um dos maiores do mundo, caem o Equador e fica mais fácil privatizar a PETROBRAS, a gigante brasileira do setor, logo, estabelecer total controle sob essa fonte de energia.
Na contramão da luta popular, o governo do presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva realiza, neste mês, de agosto a sexta licitação de áreas para prospecção de petróleo, o que significa dizer, a entrega de reservas brasileiras a companhias estrangeiras. Lula está, neste momento, salvando países africanos em quanto continua de quatro para o grande capital aqui. Nenhuma palavra sobre a tentativa de golpe em moto contínuo na Venezuela.
Outro aspecto importante a ser observado é o silêncio dos meios de comunicação nesta parte do mundo. São poucas as notícias sobre o referendo e isso, certamente, atende a interesses dos golpistas. Não há nenhuma expectativa de denúncias sobre a ação norte-americana, através do governo títere da Colômbia, ou mesmo de forma direta, no processo político venezuelano.
Esses veículos, no caso do Brasil, sob controle de capital estrangeiro, ou de grupos nacionais associados a bancos, empreiteiras, toda a sorte de grupos bandidos, querem tratar do assunto no momento determinado pelos «comandantes» e dentro da estratégia de liquidar Chávez.
Ao contrário do que intentam, planejam atribuir ao governo da Venezuela ações golpistas, pois, pelo sim e pelo não, no caso de derrota, têm o pretexto para novos focos de tensão e novas tentativas.
A vitória de Chávez, hoje se percebe isso com clareza, tem importância muito maior da que se supunha teria a de Lula, apenas um presidente equivocado, deslumbrado e com um ego do tamanho do Brasil, falo de todo o contexto latino-americano.
Kirchner percebeu isso e deu apoio público a Chávez em sua visita à Venezuela. Lula também. Mas aqui mandam os bancos, o FMI, os amigos do presidente que, então, se calou.
O que está em jogo na Venezuela é a continuidade de um processo político que assegura perspectivas para a luta contra o terrorismo de mercado a partir de Washington. É responsabilidade de todas as forças populares.