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Caiu, mas foi só um homem!!!

Fuentes: Observatório Latino-Americano

E então, ele caiu. O gigante cubano, enfim, no chão. Deu na CNN, deu na Globo, deu em todas as redes mundiais. Babavam os apresentadores. A imagem sonhada, esperada, por um milhar de homens e mulheres que sustentam o sistema do capital. Aquele que ousou tomar o quintal dos Estados Unidos, aquele que restabeleceu a […]

E então, ele caiu. O gigante cubano, enfim, no chão. Deu na CNN, deu na Globo, deu em todas as redes mundiais. Babavam os apresentadores. A imagem sonhada, esperada, por um milhar de homens e mulheres que sustentam o sistema do capital. Aquele que ousou tomar o quintal dos Estados Unidos, aquele que restabeleceu a dignidade do pequeno país da América Central, aquele que tem conduzido por 50 anos uma resistência inimaginável, quase milagrosa.

Caiu o velho líder da ilha bloqueada. Esborrachou-se no chão, bem na Praça Ernesto Guevara. Entre as gentes que viram o feito, os olhos ficaram esbugalhados, incrédulos. Parece que não é possível que Fidel possa cair. Ele tem a aura de indestrutível, inamovível, invencível. Mas, é fato! Ele caiu. Nas páginas de jornais, as análises sobre a velhice, a saúde em declínio, o fim do regime. O sistema inteiro tem espasmos de alegria. Celebra em inglês, norueguês, português, italiano, tailandês. Anuncia que a boa nova está próxima. Se caiu, é porque vai morrer. Morrendo, acaba-se a excrescência cubana. Tudo volta a velha ordem. Guantanamo se espalha e toma conta da ilha inteira. Outra vez quintal!!!! Mambo, sexo, dólares.

Caiu o gigante, é verdade. Mas, acalmem-se, donos do mundo. Foi só um homem tropeçando. Quebrou o joelho e fez uma fissura no braço. Comandante de seu povo, depois da queda, ainda tomado pela dor, voltou ao comando de uma cerimônia de formatura e pediu desculpas por haver caído. «Tengo alguna fractura, pero estoy entero».

A queda do comandante é paradigmática. Acontece num momento em que, no verdugo do norte, finaliza-se mais um processo eleitoral. Lá, qualquer dos dois candidatos tem ganas de destruir a ilha comunista. Qualquer dos dois vai seguir com o bloqueio que açoita de forma feroz todo um povo, impedido de crescer e intercambiar com os outros países do mundo. Mas que – não por teimosia ou milagre – e sim por causa da força criativa de cada um, consegue ser ponta em pesquisas, educar toda a gente, garantir saúde e o mínimo para viver com dignidade. É um país pobre, é verdade, mas soberano, digno. Enfrenta a grande besta, prostituta babilônica, como o pequeno Davi enfrentou Golias. A pedra na mão e os olhos cheios de eternidade.

O Fidel dos anos 50, que entrou vitorioso em Havana, não é mais o mesmo. O que é óbvio. Aos 78 anos há rumores de que sofre do Mal de Parkinson e está perdendo a memória. É certo que, um dia, o velho líder vai morrer. Mas, morrerá com ele o sonho de um país livre do jugo estadunidense? Morrerá a esperança socialista, a utopia? Como podem ser tão tolos os donos do capital?… Fidel é só um homem e os homens morrem. As idéias não!!! Elas caminham…andam…circulam pelas ruas, pelos becos, pelas vielas escuras, pelos charcos. As idéias resistem, insistem, hibernam e assomam. Olha o Che, redivivo a cada grito de dor, de medo, de opressão. Olha o Gandhi, lembrado, amado, imitado. E tantos outros que foram mais que homens, criadouros de idéias, estradas seguras por onde os sonhos se fizeram real.

O Fidel caiu, é verdade!!! Mas nas franjas da américa baixa outros líderes despertam e andam. Outros gigantes, carregando «chavez», prontas para abrir caixas de pandoras…sem medo do mal que delas pode assomar. Por que são fortes, porque acreditam e porque têm atrás de si um povo, protagônico, participante, capaz. Por que têm idéias de liberdade, de dignidade, de vida repartida. E isso, não cai assim no más. Isso vive, para sempre, à despeito de tudo!!!!